Hemerson Pinto
O assunto foi debatido em audiência pública na sessão de ontem na Câmara de Vereadores de Imperatriz. Da reunião participaram quase todos os vereadores, representantes da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) – empresa responsável pelo projeto – e representantes do município.
O presidente da Câmara, vereador Hamilton Miranda, foi o primeiro a usar a tribuna. No discurso, deixou clara a insatisfação com a execução da obra que inclui instalação de 88 postes em uma Linha de Transmissão de 6 km de extensão. “A cidade foi pega de surpresa no mês de janeiro com aqueles postes. A Cemar é uma empresa de alto nível, mas faltou respeito com a cidade de Imperatriz, com a Câmara, com a Prefeitura, com o Judiciário. Tudo bem. Temos que melhorar, mas não prejudicando a população”, declarou.
Segundo o diretor institucional da Cemar, José Jorge, a demanda de energia cresceu 21% no ano passado em Imperatriz. Um dos fatores que indicam a necessidade urgente de novas subestações, como a Santa Rita (próximo à Estrada do Arroz) e a Beira-Rio (ainda e construção).
De acordo com o diretor de expansão da empresa, “até 2016 será necessária a criação de outra subestação”, adianta Chrysthyan Almeida. Durante o discurso, o representante da empresa apresentou duas alternativas que poderão mudar a rota do posteamento, que tem a maioria dos postes instalados no bairro Nova Imperatriz.
Uma das alternativas é desviar a rota a partir do cemitério Campo da Saudade (sentido Nova Imperatriz). A Linha de Transmissão seguiria até o cruzamento da Avenida Ceará com a Avenida Newton Belo e as ruas Padre Cícero e Floriano Peixoto, tomando rumo ao bairro Jardim São Francisco. “Ficaria cerca de 500 metros mais longe, precisaria cortar árvores e comprometer calçadas”, diz Chrysthyan.
A segunda opção é o desvio da Linha de Transmissão logo ao lado do cemitério Campo da Saudade. A continuidade seria por dentro da área verde denominada “Quinta do Jacó”, de propriedade do advogado João Jacob. O diretor apontou que neste caso o meio ambiente poderia sofrer danos. As propostas poderão ser analisadas, desde que a continuidade da obra seja liberada.
O promotor de Justiça Especializada em Defesa do Meio Ambiente, Jadilson Cirqueira, considerou como técnicos, “e talvez até relevantes”, os argumentos da empresa quanto à necessidade urgente da instalação da Linha de Transmissão, “mas acredito que dá pra esperar e discutir com a sociedade”. Jadilson informou que a promotoria solicitou documentos da empresa e da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente do Município, relacionados à obra para serem analisados. Se for necessário, segundo o promotor, a empresa poderá assinar um Termo de Ajustamento de Conduta.
A Linha de Transmissão da Cemar passou a ser questionada quando os postes começaram a ser instalados em passeios públicos. Moradores da Nova Imperatriz já demonstraram insatisfação com o projeto em matéria publicada em O PROGRESSO. A Cemar afirma que a obra obedece padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
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