Senador Roberto Rocha

Esta semana fiz, da tribuna do Senado, uma análise da conjuntura política em nosso país, destacando dois pontos em que falhamos como projeto de Nação, nos últimos anos.
Dizia eu que nos faltou investir basicamente em duas áreas, a Infraestrutura e a inovação tecnológica. Falhamos ao negligenciar a necessidade de termos malhas estruturais de mobilidade e processamento de produtos. Temos rodovias de segunda qualidade, ferrovias de terceira e portos de quarta categoria, comparados ao que há de mais moderno no planeta.
Construímos aeroportos de qualidade, apenas recentemente, para servir a dois eventos efêmeros e não a um projeto de desenvolvimento.  O país que guarda a maior quantidade de água doce e as maiores bacias hidrográficas da biosfera, não tem uma mínima rede de hidrovias em funcionamento.
Ao mesmo tempo, temos um outro Brasil que dá certo e que é fruto do investimento no conhecimento. O maior produtor agrícola do mundo deve essa condição à decisão de criar, há 45 anos, a Embrapa, que no fundo é uma usina de conhecimento que tirou o Brasil da lavoura para a agricultura moderna.
Noutra área, da engenharia aeronáutica, a Embraer é filha do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica-ITA, criado há 67 anos. O caminho do sucesso é penoso e árduo e exige a formação de centros de conhecimento avançado. Do resto, se encarregará a inteligência e a criatividade dos brasileiros.
Perdemos a chance de ouro para investirmos no futuro quando a conjuntura econômica internacional, com o desabrochar da China, garantia preços atraentes para os nossos produtos. O Brasil montou um modelo de crescimento baseado no consumo, ao invés da produção, proporcionando assim um período fugaz de crescimento.