Não haveria Imperatriz sem o rio Tocantins. Ele foi o nicho, como um colo materno, que permitiu o assentamento do pequeno povoado que cresceu até tornar-se a metrópole dos dias de hoje.
Mais que um simples curso d'água, o rio é a maior referência afetiva da cidade, parte integrante da biografia dos seus habitantes que com ele compõem as memórias pessoais e familiares que tecem a vida de cada um.
Com seus 2.400 km de extensão, o Tocantins é o segundo maior curso d'água genuinamente brasileiro, atrás somente do São Francisco. Ele nasce, corre e deságua no Brasil, atravessando quatro estados. A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a maior do país em área de drenagem, inteiramente em território nacional.
Ainda assim, a gestão das águas no Brasil, embora tenha um moderno marco legal, não consegue criar mecanismos executivos para enfrentar a visível degradação ambiental que se agrava a cada ano. Os rios secam e a população paga o preço de conviver com o perigo permanente da falta d' água.
A exceção a essa regra veio de São Paulo, quando uma longa estiagem, como a que atravessa hoje o rio Tocantins, impactou os estoques de água dos mananciais da região metropolitana de São Paulo. Foi então que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de forma serena e segura colocou em prática uma série de ações emergenciais e mobilizou a população, que compreendeu a situação e passou o poupar água, vigiando o desperdício.
Ao mesmo tempo foram feitas centenas de pequenas obras de ampliação de transferência de água entre sistemas de abastecimento, numa conjunção estratégica de esforços que resultou em um sistema estruturado e capacitado. Um belo exemplo de ousadia, com a construção de barragens, canais, tubulações e bombas flutuantes.
Aqui mesmo ao lado, em Marabá, que vive o mesmo drama do Tocantins, o Governo do Pará montou uma estrutura para captação de água bruta, com o apoio de duas bombas anfíbias, para garantir o abastecimento da população.
Enquanto isso, no Maranhão, duas das quatro bombas de captação do rio Tocantins apresentaram problemas, o que resultou num sistema de rodízio penoso para a cidade, ainda mais que tudo acontece sem uma política transparente de informação e mobilização social, que pelo menos projete soluções para o futuro. A população não tem ciência da situação, que segundo a Agência Nacional das Águas pode se agravar, e faltar água para toda a população de Imperatriz.
O povo do Maranhão contraiu uma dívida bilionária junto ao BNDES, para investir em projetos estruturantes que solucionem situações como a do abastecimento e saneamento que atormenta tantos municípios. Ao invés disso, o Governo está dissolvendo esses recursos em obras eleitoreiras, sem retorno econômico e sem visão de futuro.
Por isso tenho afirmado que o Maranhão só irá mudar a curva de seu destino quando a exploração política da pobreza der lugar à exploração econômica da riqueza! Esse é o único caminho para o verdadeiro desenvolvimento social.
Senador Roberto Rocha
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