Por Denis Oliveira
Afinal, o que há com Imperatriz? O Brasil descobriu a cidade ou, simplesmente, passou a confiar em seu adormecido potencial econômico? Por que tantas empresas decidiram investir no município ao mesmo tempo? A discussão torna-se ainda mais cabível se iniciarmos a análise a partir do ano de 2008. Naquela época, a realidade era outra e as esperanças de mudança pareciam quase esgotadas.
No início de 2010, Imperatriz passou a vislumbrar a possibilidade de ganhar um novo centro de compras. O Imperial Shopping começou a ser construído e, hoje, encontra-se em avançado estágio de construção, com inauguração prevista para 2012. O grupo Canopus trouxe mais uma opção de concessionária ao município, tornando-se representante da Kia.
O ano de 2011 também começou a todo vapor. O Atacadão, do grupo Carrefour, chegou ao município, dando opção de compras e gerando empregos. Em junho, aconteceu a inauguração do Tocantins Shopping.
Quem já estava em Imperatriz também está ampliando seus negócios. É o caso, por exemplo, da Tok Bolsas, que constrói um prédio com cerca de mil metros quadrados, bem maior que a loja atual, com apenas 180. A principal loja do Armazém Paraíba passará por ampla reforma e, no fim do último ano, o grupo Mateus construiu a maior loja de toda a sua franquia na cidade, no bairro Bacuri.
Ramo imobiliário
Um dos ramos que chama a atenção no atual momento de Imperatriz é o imobiliário. Além da constante valorização dos imóveis, vários prédios residenciais têm sido construídos em Imperatriz. Empresário do setor já há muitos anos, Adhemar Mariano garante que Imperatriz “é a bola da vez”.
Chamando Imperatriz de “El Dourado da construção civil”, Mariano diz que o setor é, hoje, um dos que mais cresce na cidade. “Temos hoje várias empresas de engenharia, imobiliárias e o comércio aquecido”. Ele lembrou, ainda, que isso não representa apenas moradia, mas, também, geração de emprego. O empresário citou programas como o “Minha Casa, Minha Vida” como exemplo de que, atualmente, as famílias já têm condições de ter a casa própria.
Mariano relacionou o crescimento do setor imobiliário ao aumento dos investimentos de em outras áreas. Para ele, a cidade está crescendo em conjunto. “Temos grandes empresas chegando a Imperatriz, bem como o ativo comércio varejista, que abastece essa importante região (Maranhão, Tocantins e Pará) e que contribui com o processo de desenvolvimento do município”.
Para ele, o crescimento do mercado imobiliário favorece o crescimento da cidade.
Ninguém segura Imperatriz, diz empresário
A pergunta, no entanto, continua. Por que só agora os empresários “descobriram” Imperatriz? O empresário Manoel Marcone Marques, o Marcone Tok Bolsas, resume a resposta a uma palavra: incentivo.
Para Marcone, hoje Imperatriz tem um gestor que dá incentivo aos empresários que desejam investir aqui. “É o incentivo. Isso é fundamental. Quando um governante põe dificuldades para um empresário [se instalar na cidade], ele [o empresário] não investe naquela cidade. Quando o prefeito dá incentivo, todo mundo quer vir e, hoje, nós temos um incentivo muito grande em Imperatriz”, argumentou.
O empresário também destacou, em sua opinião, a forma como a atual gestão tem se esforçado para convencer os empresários. “Ninguém segura o desenvolvimento de Imperatriz porque há incentivo dos governantes, da Prefeitura. Hoje, o prefeito vai buscar investidores de outras cidades para se instalar em Imperatriz.
Segundo Marcone, a ampliação da Tok Bolsas era inevitável, pois a loja precisa acompanhar o crescimento do mercado local.
Outro ponto apontado por Marcone é a geração de novos postos de trabalho. Ele fala da reação em cadeia e exemplifica. “A [chegada da] Suzano vai trazer muitas outras empresas para Imperatriz. Com isso, eu vou vender mais bolsas, meu vizinho vai vender mais sapatos, meu outro vizinho vai vender mais roupa, o rapaz do lanche vai vender mais lanche, as concessionárias vão vender mais carros, enfim. Todo mundo só quer ter condições de trabalhar, ninguém quer nada de graça. Hoje Imperatriz está nesse caminho. Para a ampliação da minha loja [Tok Bolsas], tive dificuldades de encontrar ajudantes de pedreiro. Está todo mundo empregado”, garantiu o empresário.
Incentivo
O gerente do Armazém Paraíba, Dílson Alves, tem opinião parecida com a de Marcone. Para ele, a atual administração municipal tem papel importante no processo de desenvolvimento econômico de Imperatriz. “É verdade que Imperatriz está ao lado da Belém-Brasília, está bem situada, tem o rio ao lado, recebe consumidores do Tocantins e do Pará, mas a administração local melhorou muito, isso faz com que a cidade alcance esse progresso. Imperatriz andava somente com suas próprias pernas. Hoje, continua andando com suas próprias pernas, mas com uma grande ajuda da administração local. Isso é a Imperatriz de hoje”.
O professor da Universidade de Campinas, Humberto Miranda, também se interessou pela cidade e incluiu Imperatriz em sua pesquisa sobre o desenvolvimento de cidades de médio porte. Segundo ele, algo que o município precisa tomar cuidado é com a estrutura, para que a cidade comporte a nova realidade.
Dílson reconhece a importância da orientação do professor, mas diz que o município está no caminho certo. “[A gestão] está trabalhando, está melhorando o saneamento básico, melhorando as ruas, desenvolvendo a cidade. Eu observo que há uma preocupação, por parte da gestão municipal, com o desenvolvimento da cidade. Preocupação em fazer com que a cidade mostre a cara de Imperatriz, que está vivendo um momento muito especial. Imperatriz comporta tudo o que você puder imaginar. O que precisa ser feito já está sendo feito: melhorar a estrutura física da cidade para que se possa acolher as pessoas que estão chegando e que eles cheguem e fiquem, não cheguem e vão embora. O que precisa ser feito é a base, e a base está sendo feita”, finalizou o empresário.
Mais de uma vez, o prefeito Sebastião Madeira deixou claro que, desde que as empresas cumpram a sua parte, o município estará de porta aberta a todos. Quem agradece é o povo, que ganha com maior concorrência de mercado e, acima de tudo, geração de empregos.
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