Roberto Rocha

Imperatriz nasceu de sua vocação natural para entreposto comercial, o que já na origem marcou seu caráter empreendedor, autônomo, distante das intrigas do poder central.

Muitos anos se passaram e a cidade diversificou sua vocação e projetou para todo o Maranhão o seu nome, mas a marca original permaneceu no espírito de seus cidadãos. Não é à toa que no Atlas da Vulnerabilidade Social, criado pelo IPEA, a região de Imperatriz é a única do Maranhão que aparece na cor azul, em contraste com a cor vermelha que assinala, no resto do estado, a condição de extrema vulnerabilidade que nos envergonha a todos.

Desse fato devemos recolher uma lição básica: a verdadeira redenção da pobreza não se dá pela maior presença do Estado, mas pela maior autonomia da sociedade. Cabe ao Estado atuar como instância de fomento, e não como provedor de benesses que, no mais das vezes, atuam apenas para preservar as condições de dominação política.

O mundo mudou, se conectou e criou novos desafios. É preciso estar antenado com essas novas realidades para saber extrair delas as oportunidades de crescimento e geração de riquezas. Quem tem olhos para ver sabe que o Maranhão possui um destino ímpar, graças às condições excepcionais com que a natureza nos brindou com uma das esquinas do planeta, que é o complexo portuário do Itaqui. Chamo de esquina pois é para lá, juntamente com Cingapura, Hong Kong, Roterdã, para dar alguns exemplos, que convergem as rotas marítimas, do ponto de vista das vantagens logísticas. Foi a partir dessa realidade que formulei o projeto da ZEMA- Zona de Exportação do Maranhão, que será em breve votado no Senado Federal.

O que Imperatriz tem a ganhar com isso? A resposta também já integra um projeto que formulei para a criação de um Porto Seco na cidade, aproveitando sua condição de passagem natural de toda a riqueza proveniente do corredor centro-norte, em especial o Matopiba.

O Porto Seco de Imperatriz, que já tem previsão inclusive de um terreno para sua localização estratégica, deve atuar aos moldes do porto criado em Anápolis, que representou uma verdadeira revolução nos negócios daquela cidade e do estado de Goiás. O Porto Seco é uma espécie de entreposto aduaneiro, portanto em perfeita e adequada sintonia com as origens de Imperatriz. Os estudos e os desembaraços burocráticos seguem firme para tornar o Porto Seco uma realidade. 
Convido você para fazer uma visita pela internet no Porto Seco de Anápolis. Assim, podemos ter uma melhor dimensão do que projetamos para Imperatriz e região tocantina.