Marcos Fábio Belo Matos – professor doutor dos cursos
de Pedagogia e Jornalismo da UFMA-Imperatriz.
marcosfmatos@gmail.com
O ano é 2018. Um grupo de docentes, técnic@s, alun@se membros da comunidade, ligados ou não à UFMA, decidiu se reunir para, em um processo de escuta da comunidade, em momentos criados especificamente para isso, debater os novos rumos que a Universidade deveria tomar.
Resolveu-se dar a esse movimento o sugestivo título de “Pacto pela Ufma”, nome que está, visceralmente, vinculado à ideia de uma união de concepções e objetivos em torno de um foco comum: discutir a universidade que temos e construir aquela que queremos ser.
Passou-se, então, a caminhar pelos câmpus que a UFMA possui, na capital e no interior do estado. O grupo visitou Pinheiro, Bacabal, Chapadinha, São Bernardo, Codó, Grajaú, Balsas e Imperatriz (nas duas unidades: Centro e Bom Jesus). Ao todo, foram realizadas 11 reuniões, abertas a quem quisesse participar e contribuir.E fez também uma plenária em São Luís, no dia 02 de abril, com a presença de mais de 300 pessoas.
Nos momentos dessas reuniões, a sistemática era fazer um diagnóstico dos problemas que os grupos que formam a universidade enfrentavam, a partir das suas especificidades e também de dificuldades que são mais gerais, e, ato contínuo, colher propostas de melhorias.
Para organizar a coleta das escutas, foram estruturados nove eixos de discussão e propostas. São eles: Graduação; Pesquisa, Pós-graduação e Inovação; Extensão, Cultura e Empreendedorismo; Gestão e Modernização; Integração Intercampi; Infraestrutura; Internacionalização; Relações Interinstitucionais; Assistência Estudantil.
Várias ideias surgiram, que, se concretizadas, podem, de fato, instituir e consolidar uma universidade diferente, em todos esses nove eixos. Por exemplo: criar processos de gerenciamento e otimização de uso de laboratórios e salas de aula; criar um instituto de inovação, empreendedorismo e tecnologia; descentralizar e fomentar os eventos culturais, e com isso atender a todos os campus; criar um sistema para acompanhamento de egressos; descentralizar os programas de atenção ao servidor que está fora da capital; criar novas subprefeituras nos campus do continente; reformar ou concluir os restaurantes universitários dos campus do continente; criar política de internacionalização da pós-graduação; implantar creches para os filhos e filhas de alunas e funcionárias; reorganizar a política de concessão de bolsas-auxílio para estudantes; transformar todos os câmpus do continente em centros. São muitas ideias, todas captadas pela consulta às comunidades localizadas nos lugares onde a UFMA tem sede.
Do material da escuta, será gerado um documento, que ao mesmo tempo se reveste de relatório e de propositura, para ser disponibilizado a quem por ele se interessar para compreender qual o real diagnóstico hoje da Universidade Federal do Maranhão, feito por quem está no seu dia a dia, enfrentando os seus problemas e sugerindo boas ideias para resolvê-los. Nele estarão as propostas alinhadas nos eixos citados acima, vindas de todas as unidades da UFMAe sintetizadas por recorrências havidas em todos os momentos de escuta.
O movimento foi bem acolhido por onde passou. Em todos os câmpus da UFMA, pelo continente e na capital, contou com debates com a presença de representantes de toda a comunidade universitária.
Nós, do Pacto pela Ufma, acreditamos que só existe uma via para se construir uma universidade mais integrada, mais inclusiva, mais sustentável, inovadora e inserida numa conjuntura de futuro: é ouvir quem dela faz parte, debatendo suas ideias e acolhendo suas propostas de construção coletiva de uma universidade melhor – para o presente e para o futuro.
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