Por Hatus Wallison Nogueira Fernandes

O ser humano, por ser naturalmente um ser político, sempre teve a necessidade de viver em sociedade.

Assim, as primeiras civilizações se organizaram conforme os seus costumes, anseios, desejos, enfim, criaram a sua própria história de acordo com a sua realidade.

Quando observamos a criação de novas culturas sociais, sejam, políticas, econômicas ou filosóficas, estas buscam exemplos de sociedades que tiveram sucesso. Porém, às vezes, o que deu certo em um lugar, pode não dar em outro.

Atualmente em nossa realidade mundial e brasileira, evidenciamos um grande debate sobre economia política. Esta divide-se em neoliberal e estatal. De fato, ambas as teorias têm seus pontos positivos e negativos. Contudo, os exemplos que observamos ao redor do mundo e em nosso país são, na verdade, duas ideias de um único sistema. Ou seja, o pensamento neoliberal e estatal são aplicados simultaneamente na economia. Pois se utilizado um modelo separado do outro, o fracasso é certo.

Para explicarmos de forma mais concreta essa situação, façamos por analogia.

Vejamos, assim, dois exemplos fictícios para ilustrar.

“Exemplo 1 – Em plena época de eleição em um país chamado Frazil, existia um candidato neoliberal por nome de Bandimorto. Este, por sua vez, por não ter nem de longe noção de economia, e, verificando que seu país era dominado por corrupção nas empresas de petróleo, bancos públicos e hidrelétricas, contrata um economista por nome de Polo Kids, para dar uma solução na situação. Este economista lhe aponta como solução para resolver a corrupção, que seja determinado a venda de todas as empresas do país. Pois em sua mente, isso acabaria com a corrupção, ensejando serviços de qualidade e mais barato, posto que, a iniciativa privada é mais eficiente. A sociedade desejando em desespero o fim da corrupção, acredita nessa ideia e elege o candidato Bandimorto. Porém, depois de algum tempo na presidência, o povo se revolta e expulsa o mesmo da presidência através de impeachment. Aí pergunta – se. Porque não deu certo as ideias neoliberais nesse país? Simples de esclarecer. O economista estudou a vida toda em um país chamado Estados Reunidos. Nesse país, tais ideias deram certo, uma vez que, desde a sua fundação sempre ocorreu competição de mercado. Ou seja, sempre houve concorrência. Assim, quando o mercado abre e a concorrência surge, a qualidade dos serviços essências melhoram, com um custo barato. Por outro lado, no país Frazil, o que sempre existiu foi oligopólio, conjuntamente com empresas públicas. Desse modo, neste país, quem comprou as empresas estatais foram estes organismos corruptos, porém particular. Consequentemente, a gasolina que era 4,50 foi para 10,00. A taxa de juros dos bancos que eram 400% foi para 1000%. A energia que era bandeira vermelha, foi para bandeira vulcânica. E o pior, que a população não podia dizer nada. Pois o governo não tinha poder sobre estas empresas, não podendo baixar juros, gasolina e energia. Pois mesmo sendo corrupto, o Estado podia equilibrar os preços através de uma concorrência de preços. Por fim, para desgraçar mais ainda a situação, a corrupção que era em empresa estatal, agora passou a ser particular.”

“Exemplo 2 – Em plena época de eleição em um país chamado Frazil, existia um candidato estatizante por nome de Dado, afilhado direto de um semideus chamado Lalau. Esse candidato era competente e entendia de economia, porém não era a favor de vender empresas estatais que considerava estratégica. Pois sabia que se vendesse, quem iria comprar as mesmas seriam empresas de oligopólios, deixando o povo mais pobre se arrebentar. A sociedade acreditando nessa ideia, elegeu o mesmo. Depois de algum tempo, o povo revoltado, tirou o mesmo da presidência através de impeachment. Questiona-se. Por que não deram certo as ideias de manter estatizadas as empresas públicas? Simples de responder. Quando o presidente assumiu o governo, o mesmo colocou nas empresas públicas, em especial no cargos de chefia, os maiores picaretas. Ensejando assim, um grande esquema de corrupção de desvio do capital dessas empresas. De fato, o presidente dado não deixava os preços da gasolina, energia e juros subirem de forma monstruosa. Contudo, a corrução era demasiadamente generalizada, eclodindo na imprensa uma grande denúncia que revelou toda essa paranoia de roubo. Fato que no passado, desencadeou um grande escândalo na época do governo do semideus Lalau. Para compensar esse desatino, o presidente Dado tomava medidas populistas tais como dinheiro para o pobre comer, redução do preço da gasolina e energia ,por exemplo. Ou seja, a ideia de um pais estatizante, fomenta de forma voraz a corrupção do governo.”

Nesses exemplos hipotéticos, e aqui reiteramos que os mesmos são ficção, ou seja, não existem, percebemos que o modelo econômico não pode ser totalmente neoliberal e nem totalmente estatal.

Lembre-se que a realidade é uma inerência peculiar de cada contexto.

Quando ocorreu a crise de 2008, os bancos nos Estados Unidos iriam quebrar; Ocorre que, antes de sua quebra, o próprio governo Americano injetou nos bancos privados quase 1 TRILHÃO DE DÓLARES, e ainda chamou isso de pré – estatização.

O curioso é que no capitalismo, se a empresa quebrar, o problema é dela e do mercado. No entanto, não foi o que vimos.

Como dissemos no início, em nenhum local do mundo, não existe, e nunca existiu um Estado emponderado sem o auxílio de um mercado livre. Quer dizer, os dois se completam.

Por fim, salientamos que não temos intenção de ser prepotente e afirmar que tudo está errado. Pelo o contrário, apenas instigamos as pessoas para que reflitam e pesquisem, tirando assim, as suas próprias conclusões.

Todavia se a análise econômica acima estiver correta.

Indaga-se.

Você prefere ser Liberal ou Estatal, acreditando que ambos podem ser separados em uma economia, ou prefere acreditar que temos que construir um meio termo para construirmos um país melhor?