Senador Roberto Rocha

Em janeiro de 1961, quando o presidente Juscelino Kubitschek resolveu visitar as obras da Belém-Brasília, ele fez questão de simbolizar essa obra de integração com uma visita a Imperatriz. JK desembarcou no galpão que abrigava o terminal de passageiros da pequena cidade que estava prestes a se transformar, graças à passagem da rodovia, no mais vibrante entreposto comercial e empresarial ao longo do percurso.

JK sabia das coisas e não escolheu Imperatriz por acaso, assim como não escolheu Brasília à toa. Ele vislumbrava um país que estava prestes a sair das bordas de seu litoral e caminhar para o sertão, desbravando terras e povoando territórios.

Passados 56 anos da “irretratável ocupação do nosso vazio territorial”, a realidade impõe reconhecer que o sonho de JK, tão criticado e amesquinhado em sua época, foi o grande diferencial que moldou o destino do Brasil, nas décadas seguintes. O que seríamos nós, hoje, sem a pujança de nossa agricultura, sem a unidade territorial que cimenta as relações sociais?

Mas se tudo foi conquistado graças à visionária imaginação e coragem de um brasileiro, agora é hora de juntarmos forças e vontades para ampliarmos aquela visão para que o centro-norte do país conquiste a força política, institucional e econômica que merece.

As condições estão dadas. O novo sonho chama-se Corredor Centro-Norte, um complexo geoeconômico que compreende o conjunto multimodal de transportes, interligando o Brasil Central ao Norte/Nordeste, através da Hidrovia Araguaia-Tocantins, da Ferrovia Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, integrado ao sistema rodoviário convencional e ao sistema ferroviário da Companhia Ferroviária do Nordeste – CFN, abrangendo em boa parte os estados do Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Bahia, alcançando o mercado externo através do Complexo Portuário do Itaqui em São Luís.

A ideia percorre muitos gabinetes e muitas mentes, mas segue desossada, institucionalmente. A instituição do corredor colocaria Imperatriz como o elo de ligação entre as regiões Norte e Nordeste, potencializando a visão de JK.

Mais que uma simples frente exportadora, trata-se da criação de um novo eixo de crescimento econômico para o país, hoje completamente desequilibrado para os portos de Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro.

A realidade do Corredor Centro-Norte articula-se com os grandes projetos da Zona de Exportação do Maranhão, em São Luís, e do Porto Seco, em Imperatriz. São todos de caráter estruturante, capazes de modelar uma nova realidade na dinâmica da produção de riqueza em nosso Estado.

Imperatriz, o elo do corredor, terá um papel chave nesse grande desafio.