Talvez a maior dúvida da história de Imperatriz esteja agora desvendada: o destino de seu fundador, frei Manoel Procópio do Cotação de Maria.
Esse carmelita baiano contratado em 1849 pelo governo do Pará como capelão da “Missão do Alto Tocantins”, fundou, em 16 de julho de 1852, a povoação de Santa Teresa, que mais tarde passou a denominar-se Imperatriz, tem desconhecidos até agora seus principais dados biográficos: datas de nascimento e morte; local de falecimento; quanto tempo permaneceu em Imperatriz e que atividades desenvolveu na cidade; e que destino tomou depois de deixar a localidade que fundou.
Vários registros do século XIX que agora encontrei no Almanak do Maranhão e no jornal O Paiz, de São Luís, possibilitam chegar-se a essas respostas.

O PAIZ – Maranhão – quarta-feira, 27 out. 1886

A edição 242 de O Paiz, datada de 27 de outubro de 1886, registra, em sua seção “Noticiário”, à página 2, uma nota lacônica de apenas quatro linhas, sem título: “Faleceu na provincia da Bahia, o religioso carmelita frei Manoel Procopio do Coração de Maria, na idade de 76 annos”.
Assim, fica patente que frei Manoel Procópio nasceu em 1809 ou 1810 e faleceu na Bahia, sua terra natal, em 1886.
Outros documentos informam que o carmelita viveu em Imperatriz até 1879, quando foi nomeado como “vigário encomendado” de Carolina, onde assumiu o lugar do padre Antônio Maia, que falecera. Em 1882, voltou para a Bahia.
Enquanto esteve em Imperatriz, foi proprietário de terras, comerciante e exerceu o cargo de “delegado literário” da instrução pública, comissionado pelo Estado.
Essas e outras informações inéditas da história de Imperatriz estarão na edição compacta do meu livro Breve história de Imperatriz, que será publicada nos próximos meses pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). ________________________________________________________________________________
*Adalberto Franklin é pesquisador de história regional, membro da Academia Imperatrizense de Letras-AIL, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão-IHGM e ex-editor de O PROGRESSO. É autor de “Breve história de Imperatriz” e “Apontamentos e fontes para a história de Imperatriz”, dentre outros.