Raimundo Primeiro

O microempresário Francisco Alves começou a trabalhar como chaveiro há 14 anos. Na empresa, entrou como estagiário, a exemplo do que acontecia, naquela época, com a maioria dos jovens que queria entrar no mercado de trabalho. Para aprender, fez de tudo um pouco na oficina, cumprindo as determinações do proprietário Marquinhos.
O chaveiro, que trabalha artesanalmente em sua oficina, chegou a Imperatriz em 1972, vindo do município de Codó (MA). Francisco é filho de Jesus Alves e Maria José. Diz que teve de enfrentar "épocas boas e ruins, como acontece com muitas pessoas que buscam conquistas, tanto pessoais quanto profissionais". Francisco nasceu em 23 de agosto de 1965.
Segundo Francisco, foi prestando atenção, aliás, "muita atenção", que ele aprendeu o ofício de chaveiro, pois sonhava em montar seu próprio negócio. Ele conta que não foi fácil chegar ao que é hoje, conquistando espaço no mercado e a confiança da clientela.
Antes de entrar para o ramo de chaveiro, Francisco trabalhou em serralheria e foi vendedor ambulante, ou "caixeiro viajante", profissão antiga, de uma pessoa que vendia produtos fora de onde eles eram produzidos. Francisco, chamado pelos amigos por Chico, brinca, lembrando ter viajado por várias cidades da região tocantina.
"Comecei como aprendiz, olhando tudo, os detalhes, pois queria aprender, aproveitar a oportunidade e permanecer no emprego", reforça, dizendo que as iniciativas valeram a pena. "Faria tudo outra vez, pois os esforços não foram em vão".
Além de chaveiro, Francisco também trabalha como fabricador de carimbos, destacando que faz questão de manter tudo como era antes. Ou seja, em sua oficina, a Modelar Carimbos e Chaves, na Rua Luís Domingues, 2020, Centro, as peças são feitas com ele usando as próprias mãos. "O tocar, a emoção de confeccionar artesanalmente, é gratificante".
Segundo Francisco, não foi fácil, pensava não conseguir. Ou até ter escolhido a profissão errada, quando recebia alguma atividade para fazer. "Pra mim, a montagem tipográfica de carimbos parecia coisa impossível".
Os novos tempos chegaram também em sua profissão. Com o advento, da tecnologia, Francisco teve de inovar. A tecnologia fez aparecer o carimbo computadorizado, por meio do uso do computador, que é feito através do silicone. "Os carimbos são feitos mais rápidos e práticos", garante.
Francisco continua trabalhando com carimbos feitos de borracha, mas informa querer promover a modernização da sua oficina, inovando, além de deixá-la mais confortável, oferecendo um diferencial a mais para quem visitá-la, a partir da instalação da moderna estrutura.

O DIA A DIA DA PROFISSÃO
"Parece ficção, mas aconteceu"

Trabalhando como chaveiro, foram muitas as experiências. Coleciona casos interessantes, como o dia em que teve de ir à casa de uma senhora para abrir a porta da residência em que ela morava. Ao chegar, deparou-se com a senhora, nervosa, chorando. Pensava que havia perdido a chave da porta de entrada da residência. Quando descobriu que a mesma estava afixada na fechadura, sorriu e desculpou-se. "Um momento marcante, a senhora estava desesperada, não sabia o que havia acontecido, mas não foi preciso abrir a porta, uma vez que a chave estava lá, dependurada, na fechadura", reforça. Foram muitos risos. E só. Teve de voltar, pois não foi preciso fazer nada.
Casado com Maura Araújo, Francisco é pai de três filhos - Jackson, Jackeylane e Jayne. "Faço o que gosto, foi daqui que consegui criar meus filhos e continuo mantendo a minha família", conclui.

(Contatos: rprimeiroitz@gmail.com)