O mundo vive hoje, infelizmente, um processo de embrutecimento com o ter sobrepondo-se ao ser. A máxima de Alexandre Dumas "De um por todos, e todos por um", imortalizada na fábula de "Os três Mosqueteiros", há muito não voga na sociedade moderna.
Vivemos hoje sob o império absolutista do EU, fenômeno que tem levado lentamente o homem a se contextualizar sob o manto de uma espécie de "canibalismo social" e a deixar ser dominado por um desejo mórbido de destruir o outro a favor do seu bem estar não importando as consequências. As barreiras morais, éticas e espirituais são atacadas diariamente e, com isso, essa espécie de "canibalismo" ganha força e precisa de freios.
Esse processo extremamente virulento tem custado a vida de milhares de pessoas produzindo na sociedade um estado permanente de insegurança e incerteza. É, na verdade, ninguém se sente completamente seguro nas mais diferentes vertentes e interpretações do que venha a ser essa SEGURANÇA.
O vírus do "canibalismo social" se prolifera muito rápido e, às vezes, é letal. Há, no entanto, uma certeza: se este não for contido, chegaremos rapidamente (se já não chegamos) a um processo de convulsão social com consequências catastróficas.
Algumas das consequências desse vírus já podem ser sentidas como, por exemplo, a banalização do crime, o desrespeito às instituições, a destruição dos valores familiares, a falta de respeito mútuo; a falta de respeito consigo mesmo e com o meio ambiente; o aumento do número de traficantes de drogas, entre outros. Assim, um assalto, um estupro, uma ofensa; um assassinato e até mesmo um suicídio tornaram-se ações tão simples como mudar de roupa e de tão usuais já não chocam como antes.
O quadro social global, diante desse processo de embrutecimento, é preocupante o que faz se chegar facilmente à conclusão que o ser humano necessita ser salvo e resgatado sob pena deste Planeta chamado Terra se tornar definitivamente um lugar insuportável para se viver, ficando assim comprometida a vida da atual e das futuras gerações.
A cura - Uma certeza inquietante é a de que "a cura" ou o antídoto para estes males está no próprio homem a começar por um processo de reavaliação do que venha a ser realmente o humano e do seu verdadeiro papel como tal. Essa reavaliação certamente levaria ao fortalecimento das instituições como a Família, Escola, Igreja etc.
Questiona-se: "não seria o momento para estas instituições reavaliarem seus ritos e suas verdades na formação do homem? Que tipo de homem está sendo formado e preparado para herdar a Terra?".
Conclui-se que a tarefa da criação de um novo homem está nas mãos do próprio homem. As atenções têm que se voltar para a fundamentação de um ser humano livre, que se sinta, realmente, parte integrante do UNIVERSO, e assim, realmente seja impelido a imergir no preceito bíblico de amar uns aos outros, e que passe a carregar sobre si a certeza de que ao fazer o mal a alguém ou, à Natureza estará ofendendo a si mesmo.
*Elson Mesquita de Araújo, jornalista.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14866
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