Elson Araújo
Há mortes e mortes. Umas chocam, outras não. Há mortes que, bem no íntimo, nos deixam aliviados e por motivos diversos. Outras nos deixam tristes por dias, meses, anos; enfim, pela vida inteira.
A regra geral na vida é chorar os mortos e, dentro da fé subjetiva de cada um, rogar ao criador que acolha aquele ser que por segundos, minutos, horas, dias, meses anos conviveu conosco, e lhe dê o descanso e a paz eternas.
Impossível não dizer nada sobre a morte do “perito Mário Amorim”, o seu Mário, ocorrida na manhã de domingo, vitimado por um infarto.
A história do seu Mário, aqui na cidade, onde chegou em 1979, se confunde com a da Policia Civil e e das coberturas policiais. Foram 25 anos dedicados à PC do Maranhão.
Na verdade, ele era motorista mas, pela precariedade de pessoal que assolava a Polícia Civil de então, com o tempo e a experiência acumuladas, virou o “Perito Mário” Amorim, citado como fonte em milhares de matérias nas páginas de O PROGRESSO e nas ondas da Rádio Imperatriz de então.
Seu Mário, para quem não sabe, foi radialista em sua terra Natal, Caxias. Às vezes nas muitas conversas tidas com os repórteres que “cobriam o Primeiro DP” relembrava, com orgulho, daquela fase da vida. Relembrava bordões e o modo como se apresentava no rádio como quem quisesse transmitir um pouco da experiência aos “meninos da comunicação” ali, na porta da delegacia ávidos por uma notícia.
O tempo passou. Vieram os programas policiais da TV e lá continuava o experiente “Mario Amorim”. Recebia com paciência e mansidão os profissionais do rádio, TV e Jornal, falava o que podia falar. Esclarecia, orgulhoso, o que tinha para esclarecer. Foi assim até se aposentar quando foi aberto espaço para os peritos formados pela academia.
“Seu Mário cumpriu um ciclo; foi testemunha de inúmeros casos e causos havidos no seio da Polícia Civil de Imperatriz. Fez e ajudou a contar muitas histórias nos anos vividos aqui na grande Imperatriz.
Ficam a saudade e as boas lembranças de um homem, de um servidor público que, a seu modo, marcou uma época e a vida de muitos profissionais da comunicação em Imperatriz.
Que Deus lhe dê o amparo eterno.
Comentários