No dia 31 de agosto é comemorado o Dia do Nutricionista. Acadêmicas, professoras, profissionais e autoridades da área se reuniram no Palácio do Comércio para debater tópicos relevantes ao exercício da função em nosso estado. Este foi o II Encontro de Nutrição da Região Tocantina, que teve início às 8h e se estendeu até as 18h.
O nutricionista é responsável, dentre tantas funções, pelos cuidados com a alimentação, pensar em soluções para fome, obesidade, doenças causadas por uma alimentação indiscriminada e, é claro, por buscar o bem estar e uma vida saudável para os pacientes.
Os debates giraram em torno de problemas sociais consequentes do desperdício de comida, a distribuição desigual dos alimentos, o déficit de profissionais em nosso estado, a ausência de uma organização sindical, a realidade dos restaurantes e grandes empresas administradoras de restaurantes e redes de fast-food.
Juan Afonso, da Secretaria de Agricultura de Imperatriz, mostrou o diferencial das etapas pelas quais passam o alimento, quando há um acompanhamento de nutricionistas. “Nós produzimos 25% de alimento a mais do necessário para alimentar todo o país”. Segundo Juan Afonso, o problema está no desperdício que ocorre durante produção, distribuição e até mesmo no consumo. “Programas como o Cozinha Brasil, que ensinam o aproveitamento integral de alimentos, trazem solução para o desperdício no preparo/consumo. Com a ajuda de vocês, os outros podem também ser minimizados.”
Miércio Roberth Lopes, presidente do CONSEA-MA (Conselho de Segurança Alimentar do Maranhão), provocou os acadêmicos presentes para lutar por seus direitos. “No Maranhão deveríamos ter 2000 nutricionistas, entretanto mal temos 200 exercendo a função”. Para o presidente, deve haver uma mobilização dos acadêmicos para que essas vagas sejam ofertadas e preenchidas, que os salários sejam repensados e que os maus profissionais que existem no mercado hoje sejam substituídos por aqueles que, de fato, estão comprometidos.
A Professora Dra. Rita de Cássia Akutsu abordou a problemática dos restaurantes, seu modo de funcionamento e a alimentação impensada de parcela da população. Para a doutora, é complicado manter uma alimentação saudável quando os restaurantes e lanchonetes que normalmente frequentamos não dispõem de opções. “A indústria deve parar de pensar no lucro e rever aquilo que vende para nós. Caso contrário, irão matar suas galinhas de ouro, que somos nós. Obesidade, hipertensão e muitos outros problemas graves já são uma realidade.”
A ideia principal do evento é que de lá saiam soluções para problemas de nosso município, que o cenário onde o profissional da nutrição trabalha seja mais auspicioso e que seus direitos sejam respeitados. “Tenham criatividade. As soluções para os problemas atuais podem estar na frente de vocês, só falta vocês enxergarem”, concluiu a doutora Rita de Cássia. (Guilherme Barros – ASCOM/UNISULMA)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14194
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