Motoristas reunidos na frente da sede da empresa, na BR-010

Hemerson Pinto

“No mês passado e agora, mais uma vez, está passando dos limites e parece que ninguém está preocupado em resolver isso não. Parece coisa de cidade sem ordem. Fazem e desfazem do jeito que querem”, desabafou o carpinteiro Amadeus Bezerra em um dos pontos de ônibus de Imperatriz, quando informado que apenas 30% da frota circulava por causa de mais uma paralisação.
Na frente da empresa um grupo pequeno de motoristas aguardava respostas. Segundo eles, faltava receber pagamentos relacionados ao último dia 05, ao adiantamento do dia 20 e ticket alimentação.
Segundo o presidente do sindicato dos motoristas, em reunião com a direção da empresa, foi solicitado um prazo de 48 horas para regularizar a situação. “A categoria não aceitou a proposta. Os motoristas disseram que se fosse para sair assim da garagem parariam os ônibus no Terminal de Integração. Não ia adiantar. Então, o movimento continuou”.
Nas ruas, mais uma vez, os taxistas que exploram o serviço de lotação aproveitaram a falta de ônibus para lucrar um pouco mais. “Hoje, perto do mesmo ponto de ônibus, consegui lotar três vezes em um espaço de tempo que quando tem os ônibus geralmente eu loto uma ou duas no máximo. Estou aproveitando”, disse, sem se identificar.
A atendente comercial Carla Pereira disse que pagou na lotação a caminho da escola R$ 1 a mais do que é cobrado em dias sem paralisação no transporte público. “Como eu venho no mesmo táxi todos os dias, ele me cobra R$ 3, mas hoje disse que era R$ 4 e sem nenhum desconto”, relatou.
A maioria dos pontos de ônibus da cidade permaneceu vazio ou com pouca movimentação de passageiros, assim como no Terminal de Integração.