Por Luiza Silva¹
No próximo dia 23, às 21h, no Salão do Livro, em Palmas, a professora e pesquisadora maranhense Edna Sousa Cruz lança seu livro “Eu era a única professora negra na escola de inglês: histórias de vida de professores negros de Imperatriz-MA”, publicado pela editora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
A obra é resultante de sua pesquisa no mestrado realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins (UFT), quando investigou histórias de vida e de formação de dez docentes de língua inglesa que atuam em Imperatriz, na rede pública de ensino. A questão central do livro é a memória, considerando que as histórias individuais dessas docentes se conjugam com histórias coletivas, o que traz elementos para a compreensão de diferentes aspectos relacionados à educação. Ao mesmo tempo, como o próprio título explicita, além de discutir ensino da língua, a pesquisadora se debruça sobre considerações raciais e o que pode significar o domínio de um idioma estrangeiro social e culturalmente prestigiado por parte de sujeitos advindos das camadas populares.
Afastando-se de uma perspectiva pretensamente mais objetiva e imparcial imposta ao fazer científico mais tradicional, a pesquisadora vai mostrando como sua própria história se cruza com a das docentes investigadas, trazendo potentes e sensíveis relatos que traduzem dilemas enfrentados por professores, sobretudo na região. Como trabalho interdisciplinar, suas reflexões envolvem contribuições da Linguística, da Linguística Aplicada, da Análise do Discurso, da História e da Sociologia.
Dando continuidade a suas investigações, Edna desenvolve agora no doutorado uma pesquisa com docentes maranhenses que participaram do intercâmbio promovido pelo programa Fulbright. No novo trabalho, discute uma espécie de idealização do Outro, recorrente na fala dos docentes entrevistados, e que explica em parte as narrativas de encantamento com a língua inglesa.
É sobre esses temas que tratará a pesquisadora no Salão do Livro, à espera dos novos leitores para sua provocadora produção acadêmica.
¹ Pesquisadora da área de semiótica, coordenadora do Profletras na UFT.
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