Hemerson Pinto
O nível do rio Tocantins já esteve bem mais alto, chegando a atingir 3,56 metros acima do normal em dias anteriores, porém o volume atual – informado à nossa reportagem durante a produção da matéria – estava em 2,94. A pequena diferença não é o suficiente para tirar a preocupação de quem trabalha no rio, ou mora e trabalha às margens.
Na região do Porto da Balsa, os funcionários da empresa que opera as balsas na travessia Imperatriz/Bela Vista estão em alerta e desde quando a água começou a se aproximar do guichê de venda de passagens, eles começaram a recuar a barraquinha. É o procedimento de praxe todos os anos no período chuvoso quando o rio dá sinais de que pode avançar em direção às ruas do Porto da Balsa.
Os moradores também ficam atentos. “Nós não tivemos grandes sustos ultimamente, mas a qualquer momento podemos ver a água chegar perto das casas. Quando a gente vê o pessoal puxar a barraquinha da Pipes, a gente já fica atento”, diz o morador Antônio Santos.
O nível de água mais alto também altera a rotina de quem trabalha na água, como os barqueiros que transportam carga e passageiros nas chamadas rabetas, em barcos maiores, nas pequenas canoas à base do remo ou mesmo aos comandantes de navegação das balsas.
Eles precisam ficar mais atentos ao balanço das águas, correnteza, e a quantidade de pedaços de madeira que desce no rio, entulhos que geralmente ficam presos às margens ou no fundo e soltam quando o volume da água aumenta.
À meia noite da última terça-feira, a hidrelétrica de Estreito operou com vazão de 5 mil m³ de água por segundo, o que eleva rapidamente o volume de água no rio. Já na terça-feira, durante o dia, a vazão de água caiu para 3.739 m³/s.
Para quem faz a travessia todos os dias utilizando as balsas, o rio mais cheio não representa tanto perigo. “Eu já estou acostumado, faço isso há mais de 20 anos, já vi grandes cheias aqui, não tem nada de mais alguns metros acima do normal”, comentou a aposentada Maria do Amparo, moradora do município de São Miguel-TO.
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