Elson Araújo
Especial para O PROGRESSO

Neste período do ano, o povo de Imperatriz fica mais bonito. E isso não é de estranhar, já que tal fenômeno decorre dos efeitos dos proclamados  “ventos gerais”, do sol mais brilhante, da temperatura que varia entre a mínima de 22 e  máxima de 40 graus centígrados; da baixa das águas do rio Tocantins, que revela uma infinidade de  bancos de areias brancas que atraem diariamente milhares de pessoas, das tradicionais vaquejadas,  dos rachas de som; do Corpus Christi, da Marcha para Jesus, da pecuária e do aniversário da cidade; eventos que terminam, inconscientemente, por influenciar no humor do povo desse lado do Estado que, sem perceber, fica mais belo.
Opções de lazer não faltam. A região vive o chamado “Verão Tocantino” com a realização de   importantes eventos, não só em Imperatriz, mas em diversas outras cidades, principalmente nas que margeiam o rio Tocantins. Ribamar Fiquene, Edison Lobão, Porto Franco, Estreito e Carolina, no lado maranhense, são municípios muito procurados no período. Destas, Porto Franco leva uma pequena vantagem por sediar uma exposição agropecuária, que só tem crescido a cada ano.
A histórica Grajaú, terra do “santo Alberto Beretta”, não é banhada pelo Tocantins, mas tem o visitado rio Grajaú e, assim como Porto Franco, realiza uma movimentada exposição agropecuária. Nas demais cidades, são comuns as vaquejadas, sendo as mais tradicionais as de Sítio Novo, Amarante e São Francisco do Brejão.
Para nossa sardinha - Principal beleza natural  deste lado do Estado, o rio Tocantins, que nos últimos anos tem sofrido variados danos ambientais, oferece uma infinidade de opções de lazer. Cacau, Embiral, Praia do Meio e Viração (Imperatriz),  Sumaúma e Urubu (Ribamar Fiquene), Cachoeirinha (Edison Lobão), Goiás, Hamilton e do Amor (São Miguel-TO) são as mais visitadas.
Com todas essas opções, ainda há um “pecado quase mortal”: a falta de uma boa infraestrutura de transporte para os visitantes/turistas. Quase tudo ainda é feito na base do improviso com pequenas embarcações, com raras exceções, que não oferecem segurança adequada. Apesar da demanda, trata-se de um setor que nunca foi profissionalizado, uma vez que não só as praias podem ser exploradas. “Os passeios fluviais com a exploração da “gastronomia ribeirinha”, a fotografia,  até mesmo as histórias e estórias do rio, poderiam atrair turistas, se bem vendidas”, observou um antigo morador da cidade.
O bom, observa o mesmo morador, é que o centro de toda essa região é Imperatriz, município de 1531 quilômetros quadrados polo de uma macrorregião que compreende municípios maranhenses, paraenses e tocantinenses e que, apesar da crise econômica, continua a atrair a atenção de empreendedores de várias partes do país.
No momento, além das praias, já muito visitadas, a cidade vive a expectativa da abertura da Exposição Feira Agropecuária de Imperatriz (Expoimp) prevista para o dia 8 de julho, com a realização da tradicional cavalgada, que já foi considerada uma das maiores do mundo. O evento movimenta a economia com leilões de animais de alto padrão genético, mas é entremeado com shows de cantores regionais e de renome nacional. Conforme o atual presidente do Sindicato Rural, Renato Nogueira, que realiza a feira, um diferencial de 2017 é que o seu encerramento vai coincidir com a data do aniversário da cidade, dia 16 de julho.
Outras opções - Na hipótese do imperatrizense ou visitante querer fugir desses eventos mais agitados,  há outras trilhas a seguir, sem precisar sair da região. Em Estreito, com o surgimento do grande lago da hidrelétrica, já é possível o “turismo de pesca esportiva”. À esquerda de Porto Franco, considerando-se a BR-010 no sentido Brasília, para quem gosta de aventura, existe o município de Paraíso, distante 98 quilômetros de Imperatriz, que abriga cachoeiras que figuram entre as mais bonitas da região. As quedas de água estão encravadas em algumas propriedades particulares e só são visitadas por convidados, mas pelo que se informa, não é difícil de conseguir autorização para se ter acesso.
Em Carolina, o empresário Pedro Iram estilizou a Pedra Caída com a construção de um resort de alto padrão, mas há outras opções mais acessíveis  como, por exemplo, a “Cachoeira do Dodô”, além de outros “banhos” não menos aprazíveis. Outra bela opção é o famoso “Poço Azul”, no município de Riachão, um paraíso que hoje atrai turistas do Brasil e do exterior.
Toda essa movimentação em torno do lazer/entretenimento e, consequentemente, da realização de negócios, demonstra a forte vocação desse lado do Maranhão para o ainda não sistematizado “turismo”, seja de  eventos sacros e profanos, do ecológico, de aventura, do indígena,  dos esportes radicais, do fotográfico e o de negócios. Não há dúvida de que, com um pouco de incentivo estatal, essa banda do Estado poderia  atrair um número maior de visitantes, tornando-a um importante polo turístico do Maranhão.