Domingos Cezar
Em audiência pública realizada na manhã dessa quinta-feira (3), na Câmara Municipal de Imperatriz, foi lançada, oficialmente, a campanha “Outubro Rosa contra o Câncer”, contando com a participação de profissionais da área de saúde, bem como de representantes das mais diversas instituições. A audiência foi coordenada pela vereadora Terezinha Soares, presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social.
Primeira a se pronunciar, a vice-presidente da AMPARE, Glória Cortez, afirmou que há muitos anos diversas instituições vêm lutando para que o governo do estado instale em Imperatriz a Oncologia Pediátrica. Ela observou que mulheres e homens devem se cuidar na prevenção do câncer de mama e do câncer de próstata.
A coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Graça Dantas, que na audiência representou a Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), agradeceu inicialmente aos homens que aderiram à campanha. Ela informou que o Ministério da Saúde preconizou que todas as mulheres possam realizar o exame de prevenção do câncer de mama, por intermédio do SUS. “Portanto, a SEMUS tem cumprido com essa obrigação atendendo a todas as mulheres”, garantiu Graça Dantas.
A médica Sarah Serruya alertou que o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres. Mesmo assim, ainda existe muita rejeição para que elas realizem o exame de mamografia pelo menos uma vez por ano. “O exame é necessário e preventivo”, alertou. Por sua vez, a cerimonialista Mara La Rocque observou que todas as pessoas devem realizar o exame, independente de sexo, “uma vez que os homens também estão sujeitos ao câncer de mama”.
“O câncer de mama é o que mais mata mulheres em todo o mundo”. O alerta foi feito pela médica Adriana Martins, quando orientou a todas as pessoas a realizarem o exame de mamografia. De acordo com a médica, o exame de mamografia é o único que pode diagnosticar o câncer com menos de um centímetro. “E quando ele é diagnosticado 95% dos pacientes têm chance da cura total da doença”, revelou. Já o enfermeiro Rênio Pereira observou que existe uma lei que garante o tratamento, quando diagnosticado, garantido pelo Sistema Único de Saúde – SUS.
A secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Conceição Formiga, também orientou a todos sobre a necessidade de realizar exames, tanto de mama quanto de próstata. Relembrou quando recebeu a notícia que seu esposo estava com câncer. Lembrou também que, recentemente, recebeu uma mulher humilde que estava acometida da doença e que havia retirado uma das mamas. “Ela não tinha mais a fonte que alimenta nossos filhos”, lamentou Formiga.
Representando o prefeito Sebastião Madeira, o vice-prefeito, Pastor Luiz Carlos Porto informou que o Hospital Municipal de Imperatriz recebeu uma área de Oncologia, que entrará em funcionamento em breve. Garantiu, ainda, que a Prefeitura está recebendo uma Unidade Móvel que realizará exame de câncer de mana e de colo do útero, nas zonas urbana e rural. “Para tanto, a SEMUS enviou pessoas nossas para fazer treinamento no Hospital do Câncer, em Barretos (SP)”, observou Porto.
Incidência de câncer de mama preocupa médicos
Um dos pronunciamentos que mais despertou a atenção do público presente no plenário e galeria da Câmara Municipal foi do médico José Fernandes, diretor do Hospital São Rafael, um dos mais antigos de Imperatriz e referência no tratamento do câncer em sua diversidade.
Ele chamou atenção para a incidência do câncer de mama e apontou números de atendimento dos últimos anos no São Rafael. “São 19 mil consultas, mais de 5 mil exames de mamografia, mais de 37 mil exames de laboratórios de pacientes diagnosticados com câncer de mama”, afirmou.
José Fernandes revelou ainda que foram realizadas aproximadamente 650 cirurgias. Ele lamentou que muitos desses pacientes são levados ao hospital em estado adiantado. “Daí porque o melhor tratamento ainda é a prevenção, principalmente quando se trata do câncer de mama”, alertou.
O médico alertou os homens, afirmando que estes também podem ter câncer de mama. “Inclusive eu perdi um amigo acometido dessa doença”, lembrou José Fernandes, ressaltando que, “quanto mais cedo ele for diagnosticado, aumenta consideravelmente a chance de cura. (D.C.)
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