Os tempos passaram, são outros, ainda bem. A despeito do transcurso do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, próximo domingo, faz-se necessário trazer à baila que a sociedade sentiu a necessidade de valorizar a participação da mulher no seu processo de evolução. Elas - captando bem a mensagem - correram atrás, galgando posições, como vemos atualmente, as mais distintas possíveis. E estão conquistando, obtendo êxito em suas ações.
Hoje, a mulher está adotando, cada vez mais, uma postura atuante, não apenas pelos seus próprios esforços, mas também pelas exigências do mundo moderno, que obrigou os homens a abrirem mão de sua atitude dominadora e caminharem no sentido de uma parceria necessária e enriquecedora.
Trabalho – Como bem ilustra matéria publicada pela Revista “Dicas de Emprego”, os motivos que levam a mulher ao mercado de trabalho estão cada vez mais relacionados com a necessidade de ajudar na renda familiar. Hoje em dia, o mercado de trabalho está restrito e é comum mulheres assumirem as despesas da casa quando os maridos perdem o emprego. Em muitos casos, é a mulher quem trabalha fora e o marido fica com os filhos.
Em Imperatriz, muitas organizações reconheceram o potencial do sexo feminino, já que, em muitos casos, elas têm condições de disputar em igualdade e, muitas vezes, com superioridade, um determinado emprego ou cargo. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) reforça esse ponto de vista ao manter em seus quadros muitas mulheres, algumas delas, inclusive, gerindo competentemente os destinos da entidade representativa do comércio varejista em âmbito local.
Eis, portanto, a demonstração da força, competência e poder de liderança da mulher, quebrando paradigmas e reafirmando-se cada vez mais no dinâmico mundo do trabalho. Elas merecem mais que o sol, como enfatiza a antiga máxima: “Para as mulheres de Imperatriz e do Brasil, a sombra, pois vocês merecem”. Parabéns, para todas!
Luta – As mulheres seguiram a máxima de que “só é vencido aquele que admite a si mesmo que está derrotado”. Por isso, foram à luta, correram e permanecem em busca da consolidação dos seus ideais, de espaços cada vez mais expressivos na sociedade, trazendo à tona determinação, competência e uma inarredável disposição de cada vez mais poder contribuir com o processo de crescimento do planeta, possibilitando mais qualidade de vida para os seus semelhantes. A CDL Imperatriz é gerenciada por uma mulher, a administradora de empresa Aécia de Paulo.
Sobre o Dia Internacional da Mulher, as imperatrizenses ouvidas pela reportagem afirmaram que os avanços em favor das lutas que elas empreendem há anos, ainda são inferiores aos índices que esperam atingir, sobretudo em relação à conquista de itens considerados imprescindíveis para o até recentemente considerado “sexo frágil”, como diz a letra da música do cantor e compositor Erasmo Carlos, caso dos direitos humanos, por exemplo, já que, a cada dia, cinco mil mulheres são vítimas, conforme levantou a reportagem, de algum tipo de violência praticada por seus maridos, amantes, companheiros etc... enfim, pelos homens que vivem com elas. Para a dona-de-casa Vilani Ferreira Sousa, residente na Rua Benedito Leite, Mercadinho, muita coisa ainda tem de ser feita para que a mulher, de fato, conquiste espaços importantes na sociedade.
Espaços – “Concordo que nós já conseguimos muitas coisas, mas a luta tem de continuar para que as mulheres permaneçam aumentando os seus espaços de ação, com participação ativa e decisiva nos mais diversos setores”, diz a blogueira Kelly Queiroz, acrescentando que, em Imperatriz, por exemplo, as mulheres ainda têm atuação ínfima, pequena realmente, em setores vitais, entre eles o dos negócios, das indústrias, das empresas.
Para Andréia Lira, secretária executiva da CDL Imperatriz, as mulheres estão firmes na sua luta. Ela não mede o orgulho que tem ao falar de atividades desenvolvidas hoje na cidade por várias instituições que têm sob o seu comando alguma mulher. “Estamos cumprindo com o papel de ajudar o nosso próximo”, destaca. Mesmo pensamento tem a empresária Cláudia Martins. “Foi preciso romper muitas barreiras, mas estamos firmes”, pondera.
Visão – O jornalista, pesquisador e ex-vereador Edmilson Sanches lembra que, durante dez mil anos, as mulheres sofreram da maneira mais primitiva e cruel possível, ressalvando que, só a partir de poucos anos atrás, é que elas vêm dando uma nova maneira, uma nova visão, para as relações entre o gênero masculino e o feminino. Foi no século 19, quando aconteceu o incêndio, que matou as mulheres que exigiam menores jornadas de trabalho.
As mulheres ficavam em atividade mais de 16 horas e reivindicavam um horário mais humano. Só que, em resposta aos seus pedidos, os empresários queimaram o local onde elas trabalhavam, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Foi a partir deste momento que houve a consciência, no século 20, e a data passou a ser comemorada em todo o planeta. Ainda, segundo Sanches, “hoje, a mulher passa pelo maior processo de avanço visto pela humanidade nos últimos tempos”.
Universidade – No Brasil, atualmente, o maior número de estudantes universitários é do sexo feminino. Elas têm o maior número de empregos formais, ou seja, com carteiras assinadas. Entretanto, Sanches observa que as mulheres precisam avançar na qualidade no que diz respeito à questão do emprego, pois, se em quantidade elas são maiores, no item qualidade, precisam pelo menos se igualarem aos homens.
Por sua vez, o estudante de Administração Fábio Villas Boas concorda que a instituição do Dia Internacional da Mulher “nos permite crer que elas têm, sim, o que comemorar, porém entendemos que a data deva se constituir num fórum de debates sobre a não observância de determinados direitos, que continuam privilegiando os homens. Um dos exemplos mais gritantes é o da não aplicação do princípio de isonomia salarial”.
Construção – A dona-de-casa Adinê dos Santos, residente no centro comercial de Imperatriz, comenta que, apesar das grandes transformações, da chamada globalização e, principalmente do advento da tecnologia, a mulher não deixou de exercer um importante papel - o de mãe e esposa - ajudando o marido na construção de um lar forte e consolidado nas diretrizes determinadas por Deus. “A palavra do Senhor é fundamental”, complementa.
Já para Aparecida Saldanha Silva (Cida), as mulheres têm dado importante parcela de contribuição ao processo de desenvolvimento do planeta, participando ativamente das questões que envolvam o crescimento de seus países, enfim, suas comunidades. “Diariamente, estamos desempenhando funções relevantes”, ratifica, dizendo que, “sem nós, o mundo estaria incompleto, já que estamos cada vez mais presentes em nossas comunidades, inclusive no mercado de trabalho”. Aproveita para afirmar que ama o que faz. (Raimundo Primeiro)
Publicado em Cidade na Edição Nº 15248
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