Por Raimundo Primeiro
Fotografar é, sim, escrever. Obviamente, que, diferentemente, indo muito além do texto, mostrando os detalhes. Aqui do ponto de vista jornalístico. A vida cotidiana, os detalhes dela, por meio da fotografia, vêm à tona, mostrando o quão texto e imagem se complementam, ou seja, ressaltando que tal união possibilita maior entendimento dos fatos.
Desde aquele histórico 19 de agosto de 1839, quando Jacques Mandé Daguérre, seu inventor, apresentou o Daguerreótipo, como se chamava a câmera fotográfica em sua homenagem, o dia a dia do ser humano mudou radicalmente, tendo em vista poder ser registrado e, desta forma, imortalizado, por intermédio das imagens. Local: Academia de Ciências da França, em Paris. 19 de agosto é considerado, portanto, o Dia Mundial da Fotografia.
Data de 8 de janeiro de 1840 a chegada da primeira câmera fotográfica ao Brasil pelo abade Louis Compte. O futuro imperador Dom Pedro II tomou conhecimento do fato e ficou sabendo como funcionava a invenção, tornando-se o primeiro fotógrafo brasileiro. O primeiro estúdio fotográfico no país foi montado pelo fotógrafo americano Augustus Morand, no Hotel Pharoux (Rio de Janeiro). Dois anos antes, ele havia fotografado pela primeira vez a família real do Brasil.
Dom Pedro II foi um apaixonado por fotografia e as fotos tiradas por ele ficavam em negativos de vidros, tendo enormes formatos. Feitos artísticos para a época.
Em 8 de janeiro, Dia do Fotógrafo e Dia Nacional da Fotografia, registro Imperatriz e região tocantina possuir profissionais talentosos na arte de captar imagens, olhar diferentemente para os detalhes das coisas e lousas da vida, transformando-os. Melhor ainda: imortalizando-os.
Quando comecei no Jornalismo, em O PROGRESSO, nossa “expressão regional”, tive como colega de trabalho o fotógrafo Antônio Dutra, hoje autônomo, com seu estúdio, acompanhado da esposa Jane e dos filhos, fotografando eventos em diversos cantos e recantos da região.
Também trabalhei com outro Antônio, o Pinheiro, na “Folha do Dia” e na Assessoria de Comunicação (Imprensa) da Prefeitura de Imperatriz, na gestão do prefeito Ildon Marques. Nos idos da Rádio Imperatriz, porém, conheci o Sessé, atualmente em outra área. Alegre, com jeito peculiar de ser, encantava, irradiava, emitindo as melhores das energias. Vez por outra, o vejo pelas ruas de Imperatriz, sempre alto astral.
Ao longo dos anos, conheci outros experientes e, igualmente, excelentes fotógrafos. Uns cobrindo, eventos; outros, acompanhando os acontecimentos para veículos de imprensa. Com o advento da internet e, mais recentemente, das redes sociais, fotógrafos foram transformando seus trabalhos, se adequaram. Também surgiram novos e criativos fotógrafos, já com conhecimentos inerentes as novas tecnologias.
Muitos fotografam. Fotografia, entretanto (e antes de tudo), é arte. Endosso Claude Adams, ao afirmar que “ter uma câmera te faz tão fotógrafo quanto ter um martelo faz de você um carpinteiro”. Com o passar dos tempos, as coisas mudaram, surgiu o multiprofissionalismo.
Todavia, fotograr é arte, exige talento. Aliando talento e técnica, surge um artista, não simplesmente um fotógrafo. Um ser capaz de enxergar lá adiante, mudar o “simples”, criando, pois uma obra de arte.
Jacques Mandé Daguérre disse que “o daguerreótipo não é apenas um instrumento que serve para retratar a natureza (...) dá a ela capacidade de reproduzir-se”.
Louis Jacques Mandé Daguérre, além de inventor, era físico e pintor. Portanto, antes de tudo, um artista. Hoje, o processo fotográfico por ele patenteado é mundialmente conhecido, sendo, por meio do mesmo, possível realizar diversas coisas. No cinema, por exemplo, a fotografia é vital.
Comemorar a terça-feira, 8 de janeiro de 2019, foi fundamental.
Parabéns, fotógrafos de Imperatriz e região!
Raimundo Primeiro, jornalista e pesquisador. Cronista do cotidiano.
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