Calçadão entre ruas Coriolano e Sousa Lima

Hemerson Pinto

De um lado, opiniões a favor da modificação. Do outro, pessoas que gostariam que o Calçadão permanecesse como está. No meio, os primeiros sinais da mudança que começou a ser feita há poucos dias. Enquanto segue a discussão, a obra também continua e em breve Imperatriz terá um Calçadão ‘de cara nova’.
Para o vendedor de relógios Francisco Barros da Silva, a abertura de uma via no meio dos dois quarteirões que formam o Calçadão “é um fracasso, pois destruirá um Calçadão como esse, muito bonito. Agora resolveram fazer essa pista que não sei como vai ser, se asfalto ou blocos. Tem que encontrar um espaço para recolocar bancos para o povo sentar. É uma estrutura nova que não vai competir com a construída anos atrás, com sombra e local para o cliente sentar e descansar um pouco”, declara o vendedor, que trabalha há 38 anos no Calçadão de Imperatriz.
Do outro lado da rua, o vendedor de lanches identificado por Domingos tem opinião contrária. “Concordo com essa mudança e todas as pessoas que me perguntam o que vai ser feito aqui eu explico, e saem gostando da ideia. É algo feito para emergências que necessitem da entrada de carros dos bombeiros, polícia, ambulância. Vai ficar diferente, pode ficar mais moderno e mais bonito. Vamos esperar pra ver”.
A dona de casa Francisca das Chagas é moradora do município de Sítio Novo, estado do Tocantins. Ela ficou surpresa quando chegou ao Calçadão e notou a obra que corta o espaço ao meio. Depois de informada por nossa reportagem, Francisca preferiu aguardar o fim da obra para divulgar opinião, mas adiantou: “Pode ficar bom se deixarem alguma sombra pra gente e não colocarem asfalto, pois com asfalto vai perder essa diferença que tem do resto da avenida. Calçadão é Calçadão”, diz.
O presidente da Associação dos Logistas do Calçadão, Marcone Marques, informou que a abertura de um espaço no Calçadão foi solicitada pelo Corpo de Bombeiros ao Ministério Público, que em seguida foi atendido pelo município, com a aprovação da associação. “A associação está voltada para ajudar a contribuir com o crescimento da cidade, dá condições aos logistas a melhorar seus empreendimentos. O Calçadão foi construído há mais de 40 anos e hoje Imperatriz não é mais uma cidade do interior, é uma cidade com a cara de capital”, comenta.
Marcone lembra que há 40 anos não se tinha a quantidade de lojas presente naquele espaço, como é atualmente. “São 168 lojas (incluindo o Centro de Compras GV). Se acontecer algum incêndio, o espaço não oferece condições ao trabalho do Corpo de Bombeiros”, diz o empresário.
O presidente da Associação dos Logistas afirmou que a ‘rua’ construída para a passagem de carros oficiais diante de emergências terá as quatro entradas protegidas por correntes, liberadas quando houver necessidade. Quando ao calçamento, Marcone informa que será feito com o mesmo tipo de material do restante do espaço.