Hemerson Pinto

Depois de muito se discutir e adiar a votação sobre a alteração do horário de funcionamento dos bares e casas de shows em Imperatriz, a Câmara de Vereadores vai voltar a tocar no assunto no próximo dia 09. Na sessão poderá ser aprovado o acréscimo de duas horas para a realização de atividades nos estabelecimentos comerciais do ramo. Assim, os bares, casas noturnos e os chamados ‘similares’ poderão funcionar até as 4h da manhã. Atualmente, a lei permiti até as 2h.
A medida, desde que aprovada, vai favorecer os empresários do ramo de promoção de eventos, a classe artística, garçons e o público que frequenta as opções de entretenimento da noite imperatrizense. Do outro, ou seja, contra o projeto de ampliação do horário, estão as pessoas que moram próximas a ambientes que oferecem programação com música ao vivo ou som automotivo e se organizam em um movimento que luta contra a aprovação da alteração da lei temendo o aumento no índice de violência, incluindo a violência no trânsito.
“Com duas horas a mais para beber, teremos mais gente embrigada nas ruas e assim os riscos de acidentes de trânsito vão aumentar”, declarou um dos integrante do movimento Comitê da Cidadania, Tiago Cortês, enquanto apresentava dados com os quais tenta comprovar que o álcool está ligado aos índices de violência.
Segundo o Comitê da Cidadania, numa comparação de Imperatriz com quatro capitais consideradas mais violentas no trânsito em todo o país, nosso município está bem acima da média, inclusive acima da média quando levado em consideração o Brasil. Os números do comitê afirmam que Teresina-PI tem 55,8 mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes; Aracaju-SE, 47,7 para a mesma quantidade de habitantes; Porto Velho-RO, 42 mortes; Cuiabá-MT, 39,5, e a média nacional é de 20,1 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes. O movimento afirma que Imperatriz apresentou com dados de 2013 a média de 66,4 mortes no trânsito, no mesmo cenário, os 100 mil habitantes.
Com outros gráficos, o Comitê da Cidadania alerta que a segunda maior cidade do Maranhão está acima da média mundia na taxa de homicídios, com base em números da ONU do ano de 2013. Imperatriz apresentou média de 70 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a média mundial foi de 6,2.
Em outro cenário, foi analisado o número total de homicídios, ainda no ano de 2013, quando Imperatriz teria registrado 176 casos e 167 mortes provocadas por acidentes de trânsito. Considerando a taxa de homicídio do mesmo ano, a cidade maranhense perderia apenas para o país que foi considerado mais violento nos 12 meses em que os dados foram coletados, Honduras, com média de 103,9 mortes para cada 100 mil habitantes.
Até a data da votação, o Comitê da Cidadania de Imperatriz pretende divulgar os números e tentar conscientizar os vereadores a não aprovarem a alteração no horário de funcionamento do bares.