Domingos Cezar
Líderes do Movimento Cultural de Imperatriz (MCI) avaliaram como positiva a audiência pública realizada ma manhã da última quinta-feira (9), no plenário da Câmara Municipal de Imperatriz. Eles reclamaram, apenas, a ausência da maioria dos vereadores, uma vez que dos 13 legisladores, somente 5 compareceram.
Os vereadores que se fizeram presentes e participaram do debate foram Fátima Avelino, presidente da Comissão de Educação e Cultura, que coordenou a audiência pública; Joel Gomes Costa, Raimundo Roma, Edmilson Sanches e Pastor Luis Gonçalves da Costa, os dois últimos acadêmicos.
A audiência tratou do antigo prédio da estação de tratamento da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), localizado no bairro da Caema. Abandonado há mais de 15 anos, o prédio, localizado numa área de 30 mil m², tem servido nos últimos anos para abrigar dependentes químicos que ali usam e comercializam drogas.
Desde o ano passado, o Movimento Cultural de Imperatriz, liderado pelo promotor público João Marcelo Trovão, com apoio da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) e da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), tem reivindicado, do Governo do Estado, o prédio para que seja instalado um Centro Cultural dotado de cinema, teatro, escola de música e outros.
Na audiência, o vereador Joel Costa, que era engenheiro da Caema, propôs a ocupação imediata, levando cultura e arte, entre outros benefícios, para aquela comunidade. A proposta de Costa recebeu o apoio do acadêmico Agostinho Noleto, que já solicitou da Prefeitura a limpeza do prédio e de toda a área em que encontra-se localizado.
Noleto afirmou, durante reunião da Academia de Letras, que após a audiência entrou em contato com a Prefeitura, relatando da audiência e solicitando a limpeza. “A Prefeitura parece estar sensível à reivindicação, pois nos garantiram que não farão apenas a limpeza do prédio, mas vão levar obras para o bairro”, afirmou.
O vice-presidente da AIL informou ainda que a Prefeitura de Imperatriz já está construindo, sobre o riacho Bacuri, nas proximidades do prédio, uma ponte de concreto que liga o bairro da União com o bairro da Caema. “A Prefeitura garantiu que o bairro da Caema encontra-se no roteiro das obras e aquele povo trabalhador merece”, disse Agostinho Noleto.
O presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), Lucena Filho, que representou o município na audiência pública, também avaliou como positiva. “Nós já entregamos um documento reivindicando o prédio para a secretária de Estado de Cultura e para a governadora Roseana Sarney, e acreditamos quer esta audiência veio reforçar nosso pedido”, disse Lucena Filho.
Para o cantor e compositor Zeca Tocantins, coordenador da FCI e um dos líderes do movimento, não importa a ausência dos vereadores na audiência. “O importante é que o povo da Caema compareceu à audiência, deu opinião e debateu, dando uma demonstração de que naquele bairro tem pessoas de bem, trabalhadores, que merecem a atenção do poder público e da sociedade”.
Zeca Tocantins disse que parte da sociedade prega que o bairro da Caema é violento. “Mais violento que matar as pessoas é matar seus sonhos, seus desejos, seus ideais”, disse o poeta, observando que a cultura de Imperatriz é estética, “mas ela precisa ser orgânica, porque temos fome, necessidade de cultura”.
Ficou então definido que membros do Movimento Cultural e da Academia Imperatrizense de Letras teria uma audiência com o prefeito Sebastião Madeira para tratar da questão. Definiu-se ainda que, quando a Prefeitura limpar o prédio e toda a sua área, vai começar uma revolução cultural no velho prédio e no bairro da Caema, levando também ação social com benefícios para seus moradores.
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