William Marinho

O número elevado de acidentes com vítimas fatais em Imperatriz está preocupando não só as autoridades ligadas ao trânsito, como também o delegado regional da Polícia Civil, Francisco de Assis Ramos, que esta semana voltou a demonstrar toda a preocupação em relação aos índices apresentados durante o ano que está se findando. De acordo com o delegado, de janeiro até agora, a cidade registrou mais mortes nas ruas de Imperatriz provocadas por acidentes de trânsito do que São Luís.
Segundo estatística apresentada pelo delegado, as mortes no trânsito em Imperatriz chegaram ao elevado número de cinquenta, superior à capital do estado, que possui mais de 240 mil veículos circulando em suas ruas, contra 80 mil de Imperatriz.
“Isto preocupa a todos, porque não estamos vendo soluções a curto prazo para reduzir estes indicadores que funcionam como uma bola de neve. Além das mortes, muitas pessoas ficam deficientes para sempre, tudo por conta da imprudência nas ruas”.
Francisco de Assis argumentou ainda que a quantidade de veículos circulando nas ruas não é motivo para o assustador número de pessoas vitimadas nos acidentes. “O que a gente observa é que as pessoas não procuram seguir a orientação e sinalização das ruas e não pensam nem mesmo que elas são as vítimas principais, ou seja, os motociclistas, que são as maiores vítimas, deveriam se preocupar mais”.
O delegado confirmou ainda que a enorme quantidade de acidentes tem provocado problemas na Delegacia de Acidentes de Trânsito, que com um quadro de pessoal reduzido não tem como acompanhar a rapidez com que os inquéritos estão sendo feitos. “Tivemos uma reunião com a delegada do trânsito e ela demonstra a mesma preocupação quanto aos acidentes de trânsito com ou sem vítimas, tendo em vista que todos são registrados e formulados inquéritos como forma de pedir indenizações”.
Também a grande quantidade de acidentes tem proporcionado a formação de verdadeiras máfias do seguro por acidente, o famoso DPVAT. Inclusive, muitos dos pedidos estão sendo forjados. “Teve caso que investigamos em que uma pessoa caiu de um cavalo e informou que foi acidente de moto. Felizmente, percebemos a tempo e frustramos o golpe. Mas eles continuam insistindo e tentando enganar a polícia e o Poder Judiciário”, afirmou.
Além do aumento de inquéritos, máfia do DPVT e pessoas mutiladas, há ainda a superlotação do Instituto Médico Legal, que tem de oferecer os laudos periciais dos acidentes. “Como se vê, uma enorme bola de neve que se forma por conta da imprudência no trânsito e será preciso todos se unirem em torno de uma campanha firme e não apenas de uma semana, mas permanente, além de rigorosa fiscalização”, finalizou.