Dois de Novembro. Diante desta data tão significativa que convencionamos chamar "Dia de Finados", as pessoas comumente nos enchem de perguntas sobre a perda de entes queridos. E quem não os viu já, distanciarem-se de nós, rumando por caminhos ignorados para endereços que não nos é dado precisar?

O que é a morte?
Nós podemos considerar a morte como uma fatalidade biológica; por isso que esse fenômeno não pode ser desconsiderado. O instinto de preservação da existência nos atesta que a morte transfere o ser pensante de um estágio vibratório para outro, conduzindo os mesmos conteúdos psicológicos. Isso quer dizer que a morte física não nos modifica, mas apenas nos livra dos adornos que escondiam a nossa real condição. 

 Justificativa
Com o intuito de contribuir no consolo de corações amargurados pela saudade dos que partiram, oferecemos esses esclarecimentos dentro da visão espírita e espiritualista, como fruto de pesquisas em várias obras editadas sobre essa questão. Abordaremos apenas as indagações mais constantes com as quais nos defrontamos dia a dia - já que somos reconhecidamente pesquisadora sobre essa fatalidade tão indesejada quão temida - que é a Morte. Procuramos inspiração, em especial, no livro "Perda de Pessoas Amadas" de autoria de Armando Falconi Filho.

P) - Não está na Bíblia que só se morre uma vez?
R)
- Correto. O que morre é o corpo, e o corpo realmente só morre uma vez. A inteligência não pertence ao corpo e sim ao Espírito. E esse não morre nunca. É imortal. 

P) - Faz vários anos que meu esposo desencarnou (morreu) e eu nunca sonhei com ele. Por que isto?
R)
- A senhora não se recorda de tê-lo visto, mas já o viu. A ausência da lembrança é atribuída à nossa dificuldade de recordar. Faz-se necessário melhorar o seu grau de leitura, de sintonia positiva, para que a senhora possa se lembrar. Eles, os espíritos desencarnados, continuam nos ajudando. Vale a pena ler o livro chamado Os mensageiros, de André Luiz.  

P) - Minha filha desencarnou muito doente. Lembrar-me dela, assim, enferma, faz mal a ela no mundo espiritual?
R)
- Não. Para ela não, mas para você, sim. Por ter se fixado nos momentos da doença física dela, você pode passar a acreditar que ela ainda está nessa situação hoje. Por isto lembramos que, em favor do nosso equilíbrio pessoal, é preferível recordar o doente querido saudável. 

P) - Existe hora marcada para morrer?
R)
- Nós renascemos com um programa reencarnatório (tarefas edificantes a serem compridas). Como Deus nos deu o livre-arbítrio, temos liberdade para agir, facilitando ou dificultando esse programa pessoal. Podemos morrer antes da hora quando cometemos abusos, bebendo, fumando, ingerindo alimentos nocivos, ficando sedentários, etc. Por outro lado, podemos morrer após o prazo pré-estabelecido em nossa programação. Se estivermos comprometidos com trabalhos em favor do próximo e do bem estar geral, podemos receber mais cinco anos ou mais, para que continuemos realizando obras positivas. Este tempo extra, chamamos de moratória. 

P) - A pessoa que acabou de morrer participa do velório?
R)
- Em alguns casos sim, porém é muito raro. Assim, o espírito necessita ter angariado méritos e um bom equilíbrio pessoal para participar do próprio velório. 

P) - Deus perdoa ou castiga quem se suicida?
R)
- A sensação de castigo está em nossa mente. Enviem ao suicida pensamentos de bom ânimo, orações, mensagens de paz e torpedos de amor. Agradeçam os anos que vocês conviveram com ele evitando, o quanto possível, alimentar a imagem do momento drástico. 

P) - Meu pai morreu de câncer. Foi um sofrimento para ele e para a família vê-lo definhando devagarzinho.  Ele continua com câncer no Além?
R)
- O câncer foi pra seu pai um acerto de contas com a própria consciência, segundo a "Lei de Causa e Efeito". Como recomendava Francisco de Assis, faça uma prece pelo irmão câncer que permitiu a ele morrer lentamente, outorgando-lhe, e a todos vocês, tão valiosa oportunidade no tempo. Não foi Deus que fez isso. As atitudes impensadas de seu pai é que geraram o câncer. Como foi ele quem o criou teve que dissolvê-lo.

P) - Quanto tempo, após a morte, demora uma pessoa comum para despertar no mundo espiritual?
R)
- Depende do quanto essa pessoa conhecia - e se preparou para - as realidades da vida espiritual. Se considerarmos Jesus o nosso Mestre, nós precisamos mostrar que somos bons alunos, colocando em prática os seus ensinamentos.

P) - Quais as causas do temor da morte?
R)
- O temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura. Quando se vive dignamente, cultivando bons costumes, não há que se temer a morte.

CONCLUSÃO 

Os espíritos superiores nos recomendam:

Viver o dia de hoje como se fosse o primeiro!
Viver o dia de hoje como se fosse o último!
Se for o primeiro, deve ser vivido com prudência!
Se for o último, deve ser vivido com responsabilidade!

Maria Helena Ventura
Membro da Academia de Letras de Imperatriz (AIL)