Armindo Reis, Ana Valéria e Artur

Imperatriz perdeu ontem um de seus mais jovens valores na magistratura. O juiz Armindo Reis Neto, 44 anos, veio a óbito depois de 26 dias internado em UTI e submetido a três intervenções cirúrgicas. A notícia de seu falecimento consternou centenas de amigos que oravam e torciam por sua recuperação. Armindo exerceu o cargo também nas comarcas de Montes Altos e Porto Franco.

Na tarde do dia 28 de fevereiro, Armindo descia a Avenida Dorgival Pinheiro de Souza, quando à esquerda na esquina da Rua Rio Grande do Norte foi envolvido em um acidente com um veículo de passeio, dirigido por uma moradora do município de Estreito. Câmeras de segurança instaladas em pontos comerciais localizaram a violência do choque, que provocou fratura nas costelas, perfuração no pulmão e um trauma no fígado.
Durante o dia de ontem, centenas de manifestações chegaram aos seus pais, o desembargador Mário Reis, que durante anos também exerceu a magistratura em Imperatriz, sua mãe, Marivalda, e seu irmão, também juiz, Mário Henrique. Armindo possuía em Imperatriz, cidade onde chegou ainda criança, um vasto círculo de amizade, construída não necessariamente pelo cargo que exercia, mas pela simplicidade de comportamento, consolidado pelas demonstrações de carinho e de solidariedade.
No velório, acontecido na Associação Médica, o maciço comparecimento das pessoas demonstrou a intensidade que o vazio da partida súbita deixa. De pessoas do povo, a serventuários do Fórum local e das cidades de Montes Altos e Porto Franco, autoridades da área de segurança, advogados, promotores e juízes lá permaneceram a partir das 12 horas com a chegada do corpo, até as 17h30. Depois de celebrada a missa, sob aplausos, o esquife foi colocado no carro do Corpo de Bombeiros e coberto com uma bandeira do Brasil. Cercado de coroas de flores, rumou para o Campo da Saudade.