Raimundo Primeiro

Aos 71 anos de idade, morreu às 6h desta sexta-feira (5), o médico José Murilo Carlos Simões, veterano da medicina em Imperatriz e região. Ele deu entrada num hospital particular da cidade às 23h de quinta-feira, após sentir-se mal em decorrência de problemas cardíacos. Murilo Simões era diabético.
O corpo de Murilo Simões, como era mais conhecido, está sendo velado no Plenário da Câmara Municipal de Imperatriz, na rua Simplício Moreira, Centro, e será sepultado às 16h deste sábado (6), no Cemitério Campo da Saudade, na região do bairro Santa Rita. 
Recém-formado em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), em São Luís, Murilo Simões chegou a Imperatriz em 1977. Veio trabalhar com o irmão, o também médico Celso Simões (já falecido), proprietário do Hospital Santa Cecília, localizado na rua Coronel Manoel Bandeira, proximidades do prédio onde funciona hoje a Academia Imperatrizense de Letras (AIL), Cidade Velha.
Contava-se quase 40 anos (exatos 39) que o doutor Murilo Simões residia em Imperatriz. Na cidade, constituiu família. Casou-se com a pedagoga Maria Raimunda, professora do tradicional Centro Educacional Graça Aranha,  com quem teve três filhos – José Murilo Júnior, Márcio Roberto e Márcia Camila. 
Cirurgião-geral e obstetra, José Murilo trabalhou, no município, além do Santa Cecília, nos hospitais Santa Mônica, das Clínicas, Geral, onde atualmente funciona o Hospital-Escola da Faculdade de Imperatriz (Facimp) e no Municipal, o Socorrão, situado na rua Benedito Leite (Centro).
Pioneiro e desbravador da Medicina tocantina, principalmente no âmbito de suas áreas de atuação (especialidades), Murilo Simões foi funcionário público estadual, trabalhando no Instituto de Previdência do Estado do Maranhão (Ipem) e no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 
A O PROGRESSO, a empresária Irene Ramos Rosa, proprietária da Funerária Pax, afirmou que Murilo Simões deixa um “grande legado”, acrescentando ter sido ele um profissional de reconhecida competência durante o tempo que exerceu a medicina.
Murilo Simões levou seu conhecimento para o setor público. O médico foi secretário de Saúde do Município de João Lisboa, a 12 quilômetros de Imperatriz, durante as gestões do empresário Raimundo Cabeludo (Sistema Nativa de Comunicação) e do médico Francisco Emiliano Menezes. 
O médico Murilo Simões deixou duas netas – Hillary e Vitória. Era corintiano declarado. Sociável, gostava de freqüentar clubes, conversar com amigos e de falar sobre política. Por muitos anos, esteve nos principais locais onde o assunto era debatido com regularidade, sobretudo a Banca do Chico, na Praça de Fátima (Centro). Na considerada “Boca Maldita”, ouvia e também dava sua opinião sobre os bastidores da política local e estadual.
Quando chegou, Imperatriz e região principiavam o processo de desenvolvimento por que passaram, com ênfase, ao longo dos últimos 20 anos, tendo em vista a vinda de diversos empreendimentos. A cidade tornou-se polo regional e centro de referência para diversos municípios, cujos moradores para cá acorrem em busca de produtos e serviços.

Recolhendo assinaturas

Um livro para recolhimento de assinaturas das pessoas que visitarem o corpo de Murilo Simões, na Câmara Municipal, continua exposto na entrada do Plenário da Casa de Leis. 
"Deus possa lhe receber com as alegrias celestiais, pois você foi, nesta terra, um grande profissional e um grande cidade", declarou o ex-vereador Adhemar Freitas. 

Lideranças falam sobre Murilo Simões
"Um profissional competente, que fez história, contribuiu e, muito, com a Medicina em nossa cidade".
Marcone Marques, empresário

"Tive a oportunidade de conviver com ele durante algum tempo, falava sobre a sociedade; fez muito em prol do desenvolvimento de Imperatriz". Hélio Rodrigues Araújo, presidente da Associação Comercial 

"O doutor Murilo Simões era tão simples, parecendo, aliás, uma pessoa comum. Não demonstrava ser médico. Ele encontra-se inserido numa lista especial das pessoas que contribuíram com o processo de transformação da nossa cidade".
Francisco da Silva Almeida, presidente da CDL