Hemerson Pinto
Esta semana já falamos sobre a demolição de edificações às margens e até sobre os leitos de riachos em Imperatriz. O trabalho deverá ser iniciado no próximo dia 11, quando a Superintendência da Defesa Civil do Município e a Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Sepluma) devem começar a derrubada de muros, baldrames e até casas erguidas além do limite de aproximação com os riachos, permitido por lei.
Quem não está nessa lista, mas reside próximo aos riachos que cortam a cidade, tem outra preocupação: inundações, como aconteceu no início de 2014 durante fortes chuvas que fizeram os riachos transbordarem. Muitas famílias tiveram prejuízos. Os transtornos provocados na cidade foram noticiados para todo o país.
“Se acontecer como naquele dia, a gente pode perder os móveis tudo outra vez. Era madrugada quando a chuva caiu com tudo. Quando vi o começo da chuva, eu não dormi. Todo mundo aqui em casa deitou, mas eu fiquei acordado. Comecei a puxar um móvel para um lado, ajeitar, mas quando a água entrou não deu tempo. Acordei todos, salvamos poucas coisas”, lembra o aposentado que identificou-se como José.
Morador das proximidades da Avenida JK, por onde passa o Riacho Capivara, seu José afirma que “na hora que o dia amanheceu vimos que foi toda a vizinhança atingida. Dava pena. Os bombeiros já estavam passando de lancha para retirar quem ainda não tinha conseguido sair. Parece que o capivara virou um rio grande naquele dia. E demorou a secar”, conclui. Cerca de 80% da Avenida JK ficou coberta pela água naquele episódio.
O que provocou a inundação, além do grande volume de água que caiu naquela madrugada e nos dias anteriores? “O lixo jogado às margens dos córregos e riachos, quando não é jogado diretamente dentro. Com as chuvas, o que fica na beira da água, como sacolas, garrafas pet, resto de material de construção, troncos de madeira, acaba no leito. Sem falar que os próprios moradores jogam dentro da água. Até sofá velho eu já vi no Capivara”, denuncia o estudante Paulo Vitor.
A população sabe que precisa colaborar com a preservação dos riachos que passam dentro do perímetro urbano de Imperatriz, mas também cobra assistência do poder público no sentido de realizar limpezas periódicas nos leitos e margens dos riachos. Em contato com O PROGRESSO, uma dona de casa, moradora do bairro Santa Rita, afirmou que sente falta das forças tarefas para a limpeza dos riachos.
“Não vejo isso aqui há muitos anos. Se nada for feito, vai acontecer novamente. O inverno parece que promete ser forte. A gente vê o mato crescendo dentro da água, o lixo acumulando. Para onde vai a água da chuva no inverno? Para dentro de nossas casa”, alertou Maria Isabel.
O riacho Capivara tem nascente no município de Buritirana. Em Imperatriz corta a região da Grande Cafeteira, a Vila JK, bairro Cinco Irmãos, Nova Imperatriz, até juntar-se ao riacho Santa Teresa, no terreno conhecido com ‘Quinta do Jacó’. O destino é o rio Tocantins. Além dos dois, os riachos Do Meio, Bacuri, Cacau levam água por dentro da cidade. A região Grande Santa Rita ainda recebe volume de água da grota José de Alencar.
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