A senhora Maria do Nascimento, de 77 anos, residente há 23 anos no bairro da Caema, confessou à reportagem que, durante essas duas décadas, enfrentou vários problemas de alagamentos provocados pelo transbordamento do nível do rio Tocantins. Ele lembra que no começo da década de noventa a enchente "expulsava" os ribeirinhos de suas residências no início do período chuvoso em Imperatriz. "A enchente nesses últimos anos não está cobrindo o telhado das casas e os alagamentos acontecem de repente, pegando [nós] moradores de surpresa, ocasionando prejuízos econômicos", conta ela, admitindo que, apesar das enchentes, não pretende se mudar para outro bairro em Imperatriz.
Ela reconhece a soma de esforços do município de Imperatriz, por intermédio da Defesa Civil, que durante o período de cheia do rio Tocantins auxilia os moradores atingidos pela enchente transportando os móveis e eletrodomésticos e concedendo abrigo nas dependências do Parque de Exposição Lourenço Vieira da Silva. E avalia ainda que depois da construção da usina hidrelétrica de Estreito reduziu o número de enchentes, mas lamenta que ainda ocorram casos como esses devido à oscilação repentina do nível do rio Tocantins, provocado pela abertura das comportas da UHE.
Antonia Alves de Sousa, dona de casa, reside há 14 anos no bairro da Caema. Ela recorda que em virtude das constantes enchentes que aconteciam no rio Tocantins perdeu praticamente todos os móveis, renovando-os após cada nova enchente. "Já ficamos abrigados nas dependências do Parque de Exposição Lourenço Vieira da Silva, bem como nos bairros União e Parque Alvorada", conta ela, que também não deseja sair do bairro da Caema. "Só saio daqui direto para o cemitério", emenda.

Saiba o que fazer para evitar deslizamentos
O superintendente da Defesa Civil, Chico do Planalto, aconselha à comunidade a não destruir a vegetação das encostas, consertar vazamentos, o mais rápido possível, e não deixar água escorrendo pelo chão, o ideal é construir canaletas; juntar o lixo em depósitos para o dia da coleta e não deixá-lo entulhado; não amontoar sujeira e lixo em lugares inclinados porque entopem a saída de água e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos e, ainda, não jogar lixo em vias públicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento.
Além disso, ele orienta a população a não dificultar o caminho das águas de chuva com lixo ou entulhos, não fazer cortes nos terrenos de encostas sem licença da prefeitura, para evitar o agravamento da declividade, solicitar à Defesa Civil, em caso de encostas, a colocação de lonas plásticas nas barreiras, não plantar bananeiras e outras plantas de raízes curtas, porque as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos. (Comunicação / Gil Carvalho)