Hemerson Pinto
A situação se repete pela terceira vez no Jardim Sumaré, bairro localizado a poucos metros da Avenida Newton Belo, lado esquerdo para quem segue em direção à Estrada do Arroz. Distante alguns quilômetros do centro de Imperatriz, a pequena comunidade é formada por quatro ruas que abrigam residências, bares e mercearias. Em uma das poucas vias existe um bueiro. Entupido, ao invés de destinar a água da chuva, faz com que retorne como lama para a frente de algumas casas.
A Rua Novo Horizonte é uma das mais prejudicadas. Na noite da última terça-feira, após alguns minutos de chuva forte sobre o bairro, a água que deveria entrar pelo bueiro encontrou o mesmo caminho de dois invernos anteriores: o quarteirão mais baixo da rua.
Misturada à grande quantidade de barro e areia, principal composição da rua, a correnteza virou um ‘mar de lama’, invadiu casas e impossibilitou até mesmo a passagem de ciclistas utilizando o veículo. Quem resolveu encarar o obstáculo a pé também encontrou dificuldades. “Acho que vou passar pelo lado, escorrega menos”, comentou o morador que voltava do trabalho e tentava chegar em casa.
No bar da dona Francielda a lama encontrou entrada pela porta da frente. “Os clientes não ficaram, foram todos embora”, comentou enquanto finalizava o trabalho de limpeza que havia iniciado logo ao final da chuva. A comerciante afirmou que pelo menos outras duas vezes aconteceu o mesmo. “E a gente não pode aguentar isso outra vez, são três vezes com essa, e olha que o inverno deste ano está só começando”.
Francielda recebeu ajuda de vizinhos para retirar a lama de dentro e da porta do estabelecimento comercial. Os que se candidataram a ajudar a vizinha tiveram a ideia de abrir uma passagem, chamada de rego ou vala, para a lama escoar para o outro lado da rua e ganhar saída por um terreno.
A princípio, não deu certo. Foi necessário usar pás e enxadas para empurrar o material denso do local que se transformou em atoleiro.
“Não vai adiantar. Se a gente conseguir tirar essa lama hoje, o que é muito difícil, vem outra chuva e vai ficar é pior. O que queremos mesmo é mais atenção do Município para o nosso bairro”, reforça Francielda, informando que o Jardim Sumaré, além da ausência de serviços de infraestrutura e saneamento básico, é carente de água potável e não tem posto de saúde.
Do outro lado da cidade, os moradores viviam, ainda na noite de terça-feira, mais um dia de interdição da Rua Dom Pedro II. A via importante corta vários bairros de Imperatriz e agora liga até mesmo o Maranhão ao estado do Tocantins, pois passou a ser acesso à avenida Luís de França Moreira, que leva à ponte Dom Affonso.
“Hoje, aqui virou entrada para que vem do Tocantins e chega ao Maranhão. Por isso, não pode passar pela situação que a gente vê aqui, e nem nós, moradores, podemos aguentar”, diz Nelson, morador da Dom Pedro II, no Parque do Buriti. A poucos metros do acesso à ponte, o asfalto que existia ali deu espaço ao esgoto que corre a céu aberto, situação que piorou com a chegada da chuva. Nelson atribui o surgimento da buraqueira “ao tráfego de veículos pesados por este local”, afirmando que o trecho da Rua Dom Pedro II necessita ser recuperado e com material de qualidade.
A rua foi interditada pelos moradores.
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