Hemerson Pinto
A espera dos moradores do bairro São José pelo funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento dura mais de um ano. Desde a inauguração, a UPA nunca funcionou, faltam os equipamentos e o mato está ganhando espaço na frente, laterais e até mesmo entre as duas alas do prédio, construído na esquina das ruas São Domingos e Projetada 3.
Pensando em lucrar com a abertura da casa de saúde em frente à residência onde mora, o vendedor de lanches Elias dos Santos preparou até um espaço. Transformou um dos cômodos em ponto comercial para montar uma lanchonete. “Mas nunca funcionou, então não montei a lanchonete e continuo vendendo apenas na rua mesmo. Se um dia começar a funcionar, eu coloco o lanche. Esperamos que chegue esse dia”, declara.
Mas o problema de seu Elias é ter de se deslocar até a UPA da Avenida Bernardo Sayão, Centro, cada vez que necessita de atendimentos que não seja necessário ir ao Socorrão ou não possa ser solucionado no posto de saúde do bairro. “Principalmente quando é meu filho que precisa. Tem de sair de casa com ele doente, de moto, na chuva, no sol ou meia noite”, reclama.
Convidada por outro vizinho do prédio onde deveria estar funcionando a UPA, nossa reportagem percorreu os arredores e encontrou latas vazias de cerveja, fezes, restos de cigarro e cheiro forte de urina. “Aqui é frequentado pra tudo. O pessoal vem até usar droga aqui atrás. Os vigias estão lá dentro, não vão sair pra cuidar disso não, é até perigoso”, diz o morador Raimundo Nonato.
Ele critica afirmando que o local está abandonado. “Uma casa desse tamanho, bonita, espaçosa, poderia estar servindo para todos os bairros mais perto do São José. Mas vai passando o tempo e parece que vão esquecendo da gente. Lá dentro é só sujeira”, completa o morador.
A Secretaria de Saúde do Município de Imperatriz divulgou que está buscando junto ao deputado federal Chiquinho Escórcio a possibilidade de uma emenda parlamentar para a compra de equipamentos, o que estaria faltando para o funcionamento da UPA. Também foi solicitada, segundo a Semus, a visita de técnicos do Ministério da Saúde para vistoriar o prédio e analisar condições para o funcionamento.
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