Há anos a rotina dos moradores da Rua Iracema, entre as ruas São João e Projetada, na Nova Imperatriz, era a mesma: lutar contra a transformação da margem do Riacho Capivara num lixão. Num dia, lembra dona Lucinete Morais da Silva, a Prefeitura vinha e limpava tudo; no outro, o local voltava a ser ocupado por todo tipo de lixo. “Com um odor insuportável”.
Cansada daquela situação, dona Lucinete, que é membro da Comunidade Anjo Gabriel, da Pastoral da Criança – Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, reuniu-se com os moradores daquele setor para encontrar a solução para o problema que vinha incomodando e até afetando a saúde da comunidade. A ideia dominante, e que deu certo, foi a de transformar o lixeiro num jardim.
As primeiras mudas, resultado de doações, começaram a chegar em agosto do ano passado, “e o resultado já é bem visível”, disse orgulhosa a dona Lucinete. Segundo ela, quem passa pelo local e lembra como ali era antes fica admirado como em tão pouco tempo a paisagem começou a mudar. “Graças ao empenho de todos os vizinhos”, ressaltou.
O mais interessante, conta a dona-de-casa, é que depois do plantio das mudas a rotina mudou completamente. “Ao chegarem com o lixo no local, os antigos “sujões”, com vergonha, retornam ou passam direto. Acredito que num primeiro momento vencemos a guerra contra a sujeira”, comentou.
Numa rápida entrevista, dona Lucinete disse que a equipe que cuida do local continua aberta a doações de mudas de plantas adaptáveis àquele ambiente. “Nosso trabalho aqui vai ser permanente. Lixo aqui, nunca mais”, asseverou.
Desafio - Outro desafio que a comunidade tomou para si foi o de impedir que o curso do Capivara ali naquele setor seja interrompido, uma vez que não muito longe dali insistentemente estão depositando entulho de material de construção, procedimento que começa a estreitar o leito do riacho.
“Nossa intenção, a partir dessa experiência com o jardim, é conseguir mudas de açaí para plantar na margem do riacho. Para isso, esperamos contar com o apoio do poder público e toda a sociedade”, concluiu. [Elson Araújo/ASCOM]
Publicado em Cidade na Edição Nº 15232
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