Zé Telha ao lado da esposa Laura
Alguns dos familiares que compareceram à festa

Hemerson Pinto

Este ano a Rua São Paulo não precisou ser fechada como em 2012, quando o aposentado José Bispo Ribeiro completou 100 anos de idade. Dois anos antes, a festa tomou conta de todo o quarteirão entre as ruas Maranhão e Iracema, bairro Nova Imperatriz, reunindo amigos, vizinhos e parentes do centenário. Para não passar em branco os 102, a família lotou a residência do patriarca, cantou ‘Parabéns pra você’, e se reuniu para um bate papo entre primos, irmãos, netos, bisnetos, filhos, sobrinhos, cunhados e tios.
O homem que nasceu no povoado ‘Cai na lama’, um pequeno lugarejo no município de Barão de Grajaú, no Maranhão, pegou no pesado ainda cedo e ganhou a vida entre prejuízos e lucros, vendendo e comprando, como um bom negociador. Hoje, não ouve e não fala como há pouco tempo, mas raciocina muito bem. Talvez tão bem quanto raciocinava para tentar tirar a sorte grande nas negociações que fazia.
A esposa também está quase lá. É dona Laura Ribeiro de Holanda. São 93 anos de idade, 77 ao lado do marido. Tantos janeiros juntos renderam ao casal 15 filhos, 48 netos e 38 bisnetos. O neto mais velho é ao mesmo tempo afilhado. Tem 54 anos, trabalha em Palmas-TO, como procurador Geral da Assembleia Legislativa. Também veio para a festa. O controlador geral do Município de Imperatriz, Cândido Madeira, é um dos parentes de seu Zé Telha, como é conhecido.
“Ele sempre foi um homem batalhador e hoje temos a graça de ainda ter ele com a gente, completando mais um ano de vida e sem nenhum tipo de problema, sentindo apenas o peso da idade. Esperamos no ano que vem poder comemorar novamente seu aniversário”, disse Salustiano, um dos filhos mais velhos.
Para dona Laura, viver mais de sete décadas ao lado de Zé Telha e em 2014 poder comemorar 102 anos de vida do marido “é muita alegria pra gente, é o que a gente sente e deseja poder comemorar outras vezes”.
Atento à conversa da nossa reportagem com filhos, esposa e netos, seu Zé Telha atendeu rapidamente nosso cumprimento com um aperto de mão, forte, e o olhar firme. Sinal de que vêm cento e mais alguns anos pela frente.