Raimundo Primeiro
Simulávamos produções cinematográficas, sem os recursos necessários, tendo em vista que estávamos apenas com os objetos feitos com as nossas próprias mãos, artesanalmente, sem recursos tecnológicos. Todavia, a informática estava longe de virar a realidade de hoje. Éramos meninos e meninas (crianças) e, naqueles tempos, os computadores e a Internet não existiam. Pelos menos por aqui... Imperatriz ainda era pequena, dava os primeiros passos para ser transformada na hoje metrópole tocantina. O setor de informática ainda dava os primeiros passos no sentido de tornar-se acessível também para os civis, saindo do domínio militar americano e ganhando o mundo numa velocidade até então inimaginável.
Entretanto, pareciam coisas irreais para nós, não que a modernidade estivesse distante dos nossos conhecimentos, já que sabíamos das histórias das escaladas espaciais, ou seja, das incursões do homem além da terra. Também líamos os romances de ficções científicas e assistíamos as superproduções hollywoodianas, produzidas nos Estados Unidos, entre as quais o seriado “Perdidos no Espaço”, exibido por emissoras de TVs brasileiras. Sobretudo na extinta Rede Tupi, de São Paulo, sucedido por “Jornada nas Estrelas”, de George Lucas, exibidos até hoje com grande sucesso. Depois, vieram outros, caso, por exemplo, de “As Panteras”, “Mulher Maravilha”, “Mulher Biônica”, “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, cujo primeiro episódio foi levado ao ar em 18 de janeiro de 1974, ou seja, há quarenta e dois anos, tendo como ator principal Lee Majors, interpretando o astronauta Steve Austin, o primeiro homem biônico do mundo, e “Magnum”, exibido em horário nobre na Rede Globo, do Rio de Janeiro.
Ainda me lembro, com forte clareza, como se fosse hoje, da bela menina-moça, com idade superior à minha, que morava com os pais, na rua Bahia, nas proximidades da avenida Getúlio Vargas, não muito distante da residência de meus avós maternos, dona Ana e “seu” Napoleão. Que linda, fenomenal, uma obra! Era espetacular, que dizer, creio que ainda o seja, pois não a vi mais. Não tenho informação sobre o seu paradeiro, se ainda vive em Imperatriz. Sinto, porém, saudades. Que boas lembranças daqueles tempos de menino!
Seus irmãos eram meus amigos; um, aliás, vejo vez por outra. Tinha admiração por ela, a menina da rua Bahia. Infelizmente, já era mocinha. Talvez, na época, entre 15 e 17 anos, talvez. Penso eu. Não havia condições de competir, pois ainda vivia os meus áureos 10 anos. Não tenho certeza da idade, contudo, posso asseverar que era um garotão, um aficionado por bola, a exemplo dos demais meninos. Às vezes, voltava com a farda toda suja da escola, aqui lembrando dos comerciais de sabão em pó mostrados pelas emissoras de televisão, principalmente uma marca conhecida nacionalmente.
Que saudades da menina da rua Bahia! Um período memorável, que jamais, voltará no tempo, salvo por meio de escritos, caso do que acontece agora. Fico, portanto, a compartilhar com vocês um sentimento absolutamente puro e, evidentemente, verdadeiro, alvinitente, tal qual as águas dos riachos localizados no interior de regiões inexploradas. Lá no fundo de minha memória, passa um filme, com imagens marcantes. Cenário, em detalhes, idem.
A bela menina da rua Bahia merecia, pelos menos, esta homenagem.
Até semana que vem!
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