Hemerson Pinto

    Crianças, homens, mulheres. Todos os que estavam no clube Swing Brasil, pouco antes do meio dia de ontem, quando o corpo de Raimundo Edwilson Sousa do Carmo chegou para ser velado, tinham o mesmo pensamento: é a saudade que vai ficar do DJ Ceará, eternamente.
O local que já foi palco de inúmeras apresentações do “Melhor que há” recebeu o artista pela última vez. A despedida marcada por choro e lembranças dos momentos alegres que foram proporcionados aos ritmos executados pelo DJ, que morreu aos 42 anos por complicações pós-operatórias.
“Temos uma trajetória de mais de 30 anos. Trabalhou comigo na Equipe Land Mix por dez anos, depois seguiu carreira solo, mas sempre que alguém queria contratá-lo vinha procurá-lo aqui. Ele ficava mais aqui do que na casa dele”, disse o empresário Raimundo Nonato, o ‘Papagaio’, o amigo que, após receber a notícia da morte do DJ Ceará, recebeu também uma enxurrada de ligações e mensagens do Pará, Maranhão, Tocantins e de Goiânia, fãs e contratantes dos shows do DJ imperatrizense.
De Brasília, o jornal O PROGRESSO recebeu a ligação do empresário Raimundo Cabeludo, do Sistema Nativa de Comunicação. Com ele o DJ Ceará trabalhou décadas “e vai deixar muita saudade, estou muito abatido com a notícia, todos nós esperávamos que ele se recuperasse. Minha rádio entrou no ar em 1989 e pouco tempo depois ele começou a nos acompanhar. Estou longe no momento, mas minhas filhas e colaboradores estão aí. Perdemos o Ceará”, lamentou.
Em contato com o DJ Ceará desde 2005, o radialista Tony Alves, da Rádio Terra, também lamentou a morte do artista considerado por ele como “um cara sempre humilde, parceiro, mesmo tendo tanta fama e sendo conhecido nacionalmente, ele sempre estava disponível para ajudar e atender não só os amigos, mas todos que acompanhavam o trabalho dele. Estamos tristes com a notícia da morte, pelo ser humano que ele foi”.
DJ Ceará começou a atuar no reggae entre o final dos anos 80 e início dos anos 90. Ganhou respeito, admiração e uma legião de fãs, a maioria pessoas de origem simples como ele. Fez sucessos nos bairros Santa Rita, Bonsucesso, na cidade inteira, região e conseguiu levar a alegria a grandes centros pelo Brasil, como na Feira Hippie, em Goiânia; Feira do Guará, no Distrito Federal, e a Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Ainda arrumava tempo para o trabalho de assessor parlamentar na Câmara de Vereadores, no gabinete do vereador Raimundo Roma, que era amigo, apoiador da carreira do DJ e em seu programa, Bandeira 2, na TV Difusora Sul, anunciou oficialmente a morte do artista.
Mesmo de agenda lotada, DJ Ceará, o “Melhor que há”, precisou ‘cancelar’ definitivamente os contratos na madrugada da última quarta-feira para seguir carreira em outro plano. O sepultamento está marcado para as 8h desta quinta-feira no cemitério do bairro Bom Jesus.