Estamos repletos de datas comemorativas. Temos o Carnaval, o Natal, a Sexta-feira Santa, o dia de todos os santos, etc. Mês a mês, temos sempre uma data para comemorar, umas são mais famosas do que outras e comemoradas de modos distintos.
Hoje é um dia famoso e cheio de homenagens. O Dia Internacional da Mulher. Numa data como a de hoje, em 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque (EUA), promoviam uma grande greve por melhores condições de trabalho sendo, naquela ocasião, o movimento reprimido com muita violência. Foram trancadas dentro da fábrica onde trabalhavam e queimadas. 130 tecelãs morreram carbonizadas.
Em 1910, num evento na Dinamarca, ao se relembrar o caso de Nova Iorque, consagrou-se o oito de março como o Dia Internacional da Mulher em homenagem às mulheres que morreram queimadas por simplesmente lutarem por melhores condições de trabalho.
Merece respeito e admiração a luta da mulher por igualdade de gênero, mercado de trabalho, espaço político, respeito e contra a discriminação e já se vão muitos avanços. Em se tratando de Brasil, mulher nem direito a voto tinha. Hoje ocupa postos máximos de comando político e corporativo. Já tivemos uma mulher no comando do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte da justiça pátria, e hoje uma delas governa o Brasil. Ainda falta uma mulher na presidência da Câmara ou do Senado, mas é só uma questão de tempo.
Executivo e Judiciário hoje no Maranhão têm mulheres no comando. No âmbito municipal, o que não faltam são elas em postos gerenciais, sendo ainda o município pioneiro na criação de uma Secretaria de Políticas Públicas para mulheres. Exemplos não faltam aqui na cidade, no Estado e no mundo afora.
A data tem um tom profundamente reflexivo, no entanto, com o passar dos anos, ganhou aspecto mais comemorativo, o que fez surgir uma substancial mudança de foco. Uns certamente vão comemorar com flores, presente, café da manhã na cama, uma ida ao motel ou mesmo uma viagem; outros vão seguir o rito inicial de tirar o dia para refletir, celebrar conquistas e defender novas bandeiras.
“Pelo que representamos hoje na sociedade deveríamos ser homenageadas todos os dias. Não só com presentes, mas com respeito e mais companheirismo”, disse-me ontem à tarde uma amiga numa alusão à sua jornada diária plural de mãe, esposa, dona de casa e mulher de negócio.
“A melhor maneira de vocês, homens, nos homenagearem é serem mais presentes e dividir conosco o peso dessa jornada que ainda executamos de salto alto”, completou a bem humorada amiga.
Por coincidência, ouvi, com palavras diferentes, a mesma observação de quase todas as mulheres que conversei na tarde de ontem.
Uma colega de trabalho, ao comentar sobre o tema, radicalizou: disse que a mulher, seja esposa, filha, irmã ou amiga, “não é escrava do sexo masculino e não veio ao mundo somente para servir. Assim como meu pai e meu esposo, trabalho fora, ajudo igualmente nas despesas, estudo e ainda cuido da casa e da educação dos filhos”.
A quantidade de depoimentos foi pequena para uma conclusão mais abalizada sobre o assunto, contudo das conversas mantidas com elas extraí pelo menos uma dica importante pra nós homens: refletir é bom, comemorar conquistas e dar presentes, ótimo; levantar novas bandeiras, melhor ainda, no entanto estar ali bem perto delas e com elas dividir o peso da grande jornada trará às comemorações um novo sabor.
Parabéns, mulheres de Imperatriz, do Brasil e do mundo.
Elson Mesquita de Araújo, jornalista
Publicado em Cidade na Edição Nº 14948
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