Médicos se reuniram em frente à Associação Médica de Imperatriz

Hemerson Pinto

Atendendo a convocação do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, médicos de Imperatriz realizaram uma paralisação na manhã de ontem. O movimento aconteceu em frente à Associação Médica, na Rua Coriolano Milhomem, Centro.
"Estamos brigando há muito tempo por nosso plano de carreira municipal, estadual e federal, já que os médicos são contratados pelos gestores da saúde, sem concurso público, e ficamos à mercê de um 'bom humor'. Quando eles não querem mandam embora e o médico sai com uma mão na frente e outra atrás sem benefício nenhum", explica o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, José Carlos Fernandes.
O médico afirma que há muito tempo a classe busca alcançar o plano de carreira, "que está no Senado e na Câmara [Federal] há muitos anos e nunca saiu da gaveta. Agora que passou pela Comissão de Constituição e Justiça", destaca. Fernandes ainda citou outros pontos que, segundo o vice-presidente do CRM-MA, necessitam ser discutidos em benefício da classe médica e da população. Um exemplo: a contratação de médicos do exterior para atuar no Brasil.
"É a medida do ministro Padilha e da presidente Dilma, de importar médicos. Não é só a importação do médico. É a importação do médico sem a validação do diploma pelo Conselho Federal de Medicina, pra gente saber a qualidade do médico que está chegando no Brasil. A questão é que seja validado e faça a prova de língua portuguesa, pois como é que vai se comunicar com o paciente sem falar português? Em alguns estados esses médicos já estão chegando", declara Fernandes.
No Maranhão, segundo o CRM, cerca de 5.500 médicos estão em atividade. Em Imperatriz o Conselho afirma que 358 profissionais prestam atendimento no município, na rede pública e privada.
Além de cobrar direitos da classe e chamar atenção para as contratações de médicos do exterior sem a validação do diploma junto ao Conselho Federal de Medicina, o protesto dos médicos de Imperatriz alertaram sobre outras reivindicações. "Não se faz saúde sem investimento nem só com médico. Faz-se saúde com investimentos até mesmo em saneamento básico, prevenção e educação da população. Investimentos em exames complementares, hospitais. Vamos ter de importar hospitais? Até agora não foi feito investimento para mais hospitais, vão chegar mais médicos, vão ter mais filas nos corredores", alerta o vice-presidente do CRM-MA.
O presidente da Associação Médica de Imperatriz, Carlos Hamilton, esclareceu que a paralisação envolveu médicos que não estavam com plantões de urgência e emergência. A medida foi tomada para não prejudicar a população. "Ninguém é contra a vinda de médicos estrangeiros. Qualquer médico que vier para o Brasil, fazer a prova de revalidação e for aprovado em prova de português é bem-vindo. Sem isso, é um risco para a população".