O médico Júlio César Bonifávio Vieira foi uma das vítimas do novo coronavírus em Imperatriz. Ele vai ser homenageado pela honraria Eterna Gratidão, concedido pela Prefeitura de Imperatriz, em comemoração ao aniversário da cidade, comemorado no dia 16 de julho. Além dele, mais 13 pessoas também são agraciadas com a honraria.
"Ele tinha bom relacionamento com toda a família", afirma Daiara, esposa do médico Júlio César, ao descrever como era o marido. O médico tinha 63 anos de idade, e há 30 exercia a profissão. Deixou sete filhos e muita saudade para toda família, amigos e seus pacientes.
Júlio César foi servir ao exército assim que se formou em medicina, pela Faculdade Severino Sombra, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Sua vinda para Imperatriz ocorreu após o término de uma missão na Amazônia. Ao chegar na cidade em 2002, por aqui resolveu ficar. Com Daiara, foi casado por 15 anos. "Ele tinha muito orgulho do período em que serviu em Tabatinga. Quem ouviu os relatos nunca vai esquecer de quando ele andou nos aviões cargas, de como atravessa o rio, e do trabalho com os indígenas", comenta a esposa.
Júlio realizava atendimentos voluntários ao menos uma vez a cada semestre. Por trás do tom de voz firme e da aparência robusta, ele tinha um coração enorme e ajudava a quem precisasse. A esposa também conta de como ele tinha carinho pelos seus pacientes. Sempre que necessário, o médio abria mão dos passeios com a família para se dedicar ao trabalho.
Em 2007 foi promovido a Major e recebeu a proposta para mudar de cidade. A história que Júlio construiu com Imperatriz falou mais alto. A partir de então, passou a fazer parte da reserva e resolveu ficar em Imperatriz. Daiara conta que ele sempre se manteve próximo dos amigos do 50º Batalhão de Infantaria e Selva, presente nos eventos sempre que podia.
Entre os hobbys preferidos, o automobilismo e o futebol despontam em suas preferências. A casa de Júlio já não havia espaço para tantos troféus que ele conquistou nos campeonatos de kart. Já no futebol, ele era flamenguista de coração, e quando dava, ia assistir aos jogos do time preferido no Maracanã. (Regilson Borges - Ascom)
Publicado em Cidade na Edição Nº 16674
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