Domingos Cezar
ESPECIAL SÃO LUÍS

    
Líderes do Movimento Cultural de Imperatriz (MCI) receberam expressivo apoio da comunidade artística e intelectual de São Luís, durante evento artístico/cultural realizado na tarde/noite do último sábado (19) na sede do Laborarte, centro de São Luís. Na ocasião, foi exibido o filme “S.O.S. Bairro da Caema”, no qual o MCI expressa o desejo de conquistar o antigo prédio da Caema, para transformá-lo em um centro cultural.
Comandado pelo poeta/cantador Zeca Tocantins, o palco do Laborarte foi tomado por artistas imperatrizenses, principalmente dos que residem na capital do estado, mas expressaram seu amor por Imperatriz e apoio à causa do Movimento. O show começou com Zeca Tocantins e Neném Bragança, mas desfilaram pelo palco Chico Braw, Luis Carlos Dias, Chico Nô, Ricardo Bondin e Sânzio Rossini.
Como tinham compromissos no mesmo horário, os artistas imperatrizenses Chiquinho França, Carlinhos Veloz e Wilson Zara não puderam comparecer, mas expressaram seu apoio do local em que se encontravam. Foi o caso de Chiquinho França, que comandava sua banda no acompanhamento aos intérpretes no festival de música carnavalesca que se realizava no Ceprama.
Apresentando-se em uma casa de show da capital, o cantor Wilson Zara saudou os colegas de Imperatriz. “Essa turma de minha cidade aqui se encontra lutando por uma causa justa que é sensibilizar o governo do estado a construir um espaço artístico num prédio abandonado da Caema, por essa razão merece todo o apoio do povo de São Luís”, destacou Zara e cantando em seguida a música “Imperatriz (MA), agosto de 94”.
Representando a classe artística de São Luís, o ator Domingos Tourinho fez uma louvação através de versos aos representantes de Imperatriz. Em breves palavras, Tourinho disse ter conhecimento do movimento através do amigo Zeca Tocantins, ressaltando seu apoio pessoal, observando, entretanto, que buscaria apoio à causa em todos os segmentos artísticos e culturais de São Luís.

Exibição de filme emociona e proporciona o debate

Após o show musical, teve início a exibição do filme “S.O.S. Bairro da Caema”, produzido pelo Movimento Cultural de Imperatriz (MCI), com apoio da Fundação Cultural de Imperatriz. Narrado pelo promotor de justiça João Marcelo Trovão, um dos líderes do MCI, ele apresenta a situação em que se encontra o prédio da Caema, que hoje serve como ponto de prostituição e comercialização de drogas.
Em depoimento, a dona de casa Conceição Teles diz que se sente discriminada em morar no bairro. “Aqui era um bairro alegre, tinha o festejo de São Sebastião, mas hoje impera a violência”, afirma Conceição. A funcionária pública Silvania Carvalho disse que os jovens têm vergonha de colocar em seus currículos que moram no bairro da Caema, “até porque fica difícil obter emprego”, lamenta Silvânia.
Coordenadora de creche, Eliene Nascimento afirmou que o prédio é um antro de prostituição e tráfico de drogas, que segundo ela, está atraindo jovens para o mundo do crime. Para a moradora Conceição Leite, a única saída para esse angustiante problema é a instalação do centro cultural no local. “Com esse centro, ganha nossa comunidade, ganha toda a Imperatriz”, ressaltou a dona de casa.
Entre as autoridades presentes, o engenheiro João Batista da Costa, gerente da Caema em São Luís. João Batista, que foi gerente em Imperatriz, disse ter trabalhado naquele prédio e expressou seu apoio à causa dos líderes do movimento. Da mesma forma se pronunciou Francisco Matos, ex-gerente da empresa estatal Telecomunicações do Maranhão S/A (Telma) em Imperatriz, hoje residindo na capital do estado.
Marcaram presenças ainda o juiz Aureliano Neto e o desembargador Lourival Serejo, ambos membros da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), e também se colocaram à disposição dos líderes do MCI na defesa dessa causa. Aureliano Neto aproveitou a oportunidade para indagar se o prefeito Sebastião Madeira estava dando o apoio necessário ao movimento.
Foi então que o presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), Antonio Mariano Lucena Filho, informou aos presentes que o prefeito Madeira não apenas abraçou a causa, mas está levando para aquela comunidade vários benefícios, como uma moderna escola e uma ponte de concreto que já foram entregues.
O presidente da FCI afirmou que Madeira fez questão de assistir ao filme junto ao povo do bairro da Caema. “Naquela ocasião, o prefeito Sebastião Madeira disse que vai fazer de tudo para conseguir junto ao governo do estado o velho prédio para transformá-lo no sonhado centro cultural, mas independente disso, ele garantiu iluminação, recuperação de ruas e espaços públicos do bairro”, concluiu Lucena Filho.