Biruta teve público pequeno em Imperatriz, porém satisfeito

Hemerson Pinto

O palhaço chegou na Praça de Fátima para o espetáculo prometido e divulgado durante a semana. Cerca de dez crianças, os pais que as acompanhavam e o pipoqueiro. Foi esse o público que assistiu aos primeiros números do Biruta. Sem falar da equipe que o acompanhava. Mais tarde apareceram mais alguns meninos e só.
Poderia ser motivo para o palhaço ficar triste, enfiar a palhaçada num saco e ir embora, mas não. Na ‘Mala do Biruta’ tinha, além dos segredos da risada, a alegria e o compromisso com o público. Abriu a mala no meio da praça às 17h. Foi retirando uma peça e outra, e pregando peça no pequeno público.
Logo foi aumentando, não o público, mas a graça do espetáculo. O palhaço envolvia a meninada que olhava admirada para os sapatos desproporcionais, o narigão vermelho e principalmente para a mala pequena, mas que cabia muita coisa. Na hora de retirar dali o próximo número, o Biruta faltava era entrar na mala. Mexia e remexia como procurasse algo dentro de um baú gigante. Quando conseguia encontrar, levantava já com uma outra palhaçada, pronta para arrancar risos.
Fez de tudo, cantarolou, fez malabares, dançou e quase morreu quando o ‘coração’ de palhaço ficou alguns minutos sem bater. A garotinha que segurava o coração, que biruta retirou da mala no início do espetáculo e a entregou, foi quem informou ao artista a quase ‘fatalidade’. Ele quase chora e até deitou no chão empunhando flores, mas não morreu. De um pulo levantou e gritou: ‘Não foi hoje que eu fui’, e a apresentação continuou.
Biruta fez um menino virar super-herói, com uma capa vermelha, óculos gigantes e escuros e um par de luvas. Com o palhaço o menino aprendeu ‘super poderes’ e até voou pela praça. Não subiu um centímetro do chão, mas voou na imaginação e sentiu-se o própria Batman, mas de peruca. Às 18h o sino da Catedral de Fátima tocou e o Biruta encerrou mais um espetáculo. O público foi pequeno, mas o espetáculo foi grande. No domingo pela manhã, ‘A mala do Biruta’ ainda visitou o povoado Vila Conceição, antes de ser levada para Balsas, de onde saiu dias antes.
O espetáculo apresentado em Imperatriz, em praça pública, faz parte do projeto ‘Hu hu hu Circo Teatro Rua’, que em 2013 foi contemplado com o Prêmio Funarte Artes na Rua (Circo, dança e teatro), do Ministério da Cultura.
O palhaço Biruta Lelé da Cuca, vivido por André Lúcio Coelho, é constituído por um roteiro de represes e entradas (cenas cômicas de picadeiro) e circulou no último mês quatro cidades nos estados do Piauí, Tocantins e Maranhão. Imperatriz, zona urbana e rural, foram as penúltimas apresentações da turnê.
‘A mala do Biruta’ ainda passou nas cidades de Balsas, Floriano-PI e Araguaína-TO. Após as apresentações, o público era convidado a participar de um diálogo cultural sobre a arte, o circo, o teatro.