Raimundo Primeiro

Estamos de volta às páginas de O PROGRESSO, integrando as edições dos fins de semanas do diário “Expressão Regional”, parafraseando o nosso Juredo, ou seja, o decano Jurivê de Macedo, fundador, também editor do diário, agora sob a batuta dos Godinhos, os Sergios, pai e filho. De férias, estive, durante 15 dias, em Belém do Pará, aproveitando para rever familiares e amigos, lendo, também, bons livros. Leitores e amigos, estou de volta.
Saudades, sim! Agora, claro, o primeiro assunto a ser tratado, reiniciando minhas atividades. Lembro, a propósito, do protesto feito por estudantes da Ufma, aqui em Imperatriz.
O que se fazer num País cuja educação permanece relegada a segundo, ou, talvez, a último plano? Eis uma pergunta para a qual a resposta permanece uma incógnita, pelo menos por enquanto, tendo em vista o engodo sobressair-se entre as palavras daqueles que foram eleitos efetivamente com o objetivo de representar o povo. Os políticos, muito prometem; falam, bradam, mas, de fato, inexpressivamente agem. Pura demagogia, obviamente.
Assim, iniciei artigo, intitulado “Ufma, das propostas ao retrocesso”, sobre a manifestação dos estudantes, em Imperatriz, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), ocorrida na manhã de 5 de dezembro de 2007, em protesto ao abandono da instituição superior de ensino em âmbito local. A propósito, disparou, pedindo por socorro, Marcos Roberto Menezes.
Os alunos, revoltados, denunciaram, inclusive defronte ao Palácio Dorgival Pinheiro de Sousa, sede do Poder Legislativo imperatrizense (Câmara Municipal), que, enquanto isso acontecia, o Governo Federal beneficiava, em muito, o ensino superior privado, acrescentando que as faculdades financiadas com dinheiro do erário eram provas irrefutáveis da ação que os revoltaram, fazendo com que a categoria fosse às ruas e, desta forma, colocasse a opinião pública a par de tudo. Ou seja, tomasse real ciência da situação de descalabro, além de uma série de situações adversas que estavam atrapalhando o pleno funcionamento da Ufma, refletindo acentuadamente no aprendizado do público-alvo: os estudantes.
Os estudantes, liderados pelos integrantes da comissão de coordenação do ato, pediram empenho das autoridades, lembrando que, durante o período em que aspirava chegar ao cargo, o reitor fizera visita a Imperatriz, fazendo uma série de promessas. Só que nada havia saído do papel, enquanto os estudantes do Campus local ficaram a ver navios, não vislumbrando perspectivas de mudanças para o negro manto observado no futuro da Universidade Federal do Maranhão.
Enquanto o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (Mec), apontava números substanciosos no que concerne ao crescimento do ensino superior em território nacional, no Maranhão, como fora observado por meio da manifestação dos estudantes e a consequente paralisação do Campus de Imperatriz da Ufma, ocorria justamente um incontestável retrocesso. Era o atraso atingindo patamares os mais vergonhosos possíveis.
Passava do momento de falácia, mas de uma tomada de direção firme no que se referia à consolidação das propostas de mudanças para a instituição, dotando-a de estrutura necessária ao seu pleno funcionamento, pois enquanto isso não acontecia, os alunos é que estavam ficando no prejuízo, não acompanhando, tampouco participando do processo de modernização do ensino superior brasileiro.
Que atos como a manifestação de então não sejam mais registrados em Imperatriz. Acrescentando que os professores precisam de apoio, do correto e necessário reconhecimento, tendo em vista a Ufma não ser constituída apenas por sua estrutura física, mas por pessoas, mestres, pensadores e fazedores do amanhã próspero que batiam em nossas portas numa velocidade impressionante, como estamos observando hoje em dia, com as mudanças implementadas na instituição, além da progressiva fase de desenvolvimento registrada na cidade.
Mas o alerta, entretanto, permanece. Chega de balela, o momento requer uma urgente mudança de pensamento das autoridades e das pessoas responsáveis pela área educacional. Os manifestantes atribuíram o quadro de “penúria” observado, a época, no Campus de Imperatriz da Ufma, aos então “representantes políticos”.
Uma Ufma atuante, sim. Retrocesso, jamais. O futuro promissor espera por todos, com um ensino superior de qualidade e reconhecimento cada vez mais fortalecido. Como diria Suenes, a “esperança não é um sonho, mas uma maneira de traduzir os sonhos em realidade”, pois “a esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na direção do futuro”, como enfatizaria Conrad de Meester.
Estamos confiantes de que a situação permaneça de crescimento. Os tempos são outros, já contamos com novos cursos na Ufma local, entre os quais Jornalismo e Medicina. Que os governos estadual e federal invistam cada vez mais na educação, consolidando definitivamente o ensino superior brasileiro.
Até domingo que vem!