Hemerson Pinto

O primeiro grupo a chegar à Praça de Fátima foi o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, do acampamento Cipó Cortado. Por volta das 14h, o grupo de 70 pessoas, que representaram 180 famílias do acampamento localizado no município de Senador La Rocque, já marcava presença para unir forças aos outros envolvidos na manifestação.
"Viemos reivindicar o não à pistolagem e à grilagem de terra na região e gritar pela reforma agrária, que não caminha", disse um dos líderes do movimento, Arlando Orlando.
O professor Gilberto Wagner disse que acredita na nova geração, e por isso acompanhou os alunos da Escola Estadual Delahê Fiquene. "Como professor e orientador, tenho a obrigação de acompanhar meu aluno para orientá-lo como reivindicar num sistema democrático", disse o professor, que afirma ter acompanhado cerca de 200 alunos.
Temendo acontecer como em algumas capitais do país, onde foram registrados saques em lojas, quebra quebra, violência física e invasão de prédios públicos, alguns comerciantes do setor Calçadão baixaram as portas mais cedo.
"Ficamos com medo e fechamos mais cedo, pois é um protesto que deverá ser pacífico, mas tem gente que vai para um movimento desses para bagunçar. Foi melhor prevenir", disse o vendedor de calçados, Diego Martins.
Os taxistas da Praça de Fátima questionavam a ausência do trailer da Polícia Militar, que teria sido retirado na manhã de ontem do local. Nossa reportagem questionou um dos policiais que chegaram para acompanhar o movimento se a retirada foi por algum tipo de prevenção. O militar rebateu, afirmando que o mesmo foi levado da praça para passar por uma limpeza.
Reivindicação - "Nós queremos reivindicar melhoria no transporte público de Imperatriz. Dependo de ônibus do transporte coletivo e os que temos não atendem às nossas necessidades. Estou no movimento Fora VBL e os ônibus que fazem linha para o meu bairro estão sem condições de uso, muito barulho, janelas quebradas, já chegou até a quebrar", declara a estudante Linda Inês, moradora do bairro Brasil Novo.
Depois da concentração, os manifestantes tomaram as ruas do centro de Imperatriz. Por volta das 19h, chegaram à Câmara Municipal de Vereadores. Mais tarde, o grupo formado por milhares de pessoas seguiu para a frente da Prefeitura. Algumas pessoas atiraram bombas em direção aos policiais que protegiam o prédio.
Após deixar a prefeitura, a multidão se deslocou para a frente da casa do prefeito Sebastião Madeira, no centro. Foi um dos momentos mais tensos. A polícia precisou usar escudos e armas de efeito moral. Cerca de meia hora depois, o grupo seguiu, informando que tentaria paralisar o trânsito na BR-010.