Atualmente, 300 pessoas estão sendo tratadas da hanseníase em Imperatriz, que é considerada a primeira cidade do Maranhão em números da doença. Nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados mais de 200 casos em Imperatriz. No ano passado, foram notificados 225 casos, sendo 18 em pessoas com até 14 anos de idade. De acordo com a estatística dos órgãos de controle, Imperatriz apresenta 18 casos para cada grupo de 10 mil habitantes, quase o dobro do índice aceitável pela Organização Mundial da Saúde, que é de um caso para cada 10 mil habitantes.
Mesmo a doença tendo cura, os pacientes costumam sofrer com o preconceito causado, muitas vezes, pela falta de informação. Visando esclarecer e diminuir o preconceito em relação à hanseníase, estudantes e professores que fazem parte do PETI (Programa de Educação Tutorial-Conexão dos Saberes) do Campus da UFMA de Imperatriz realizaram, nos dois últimos 31 de agosto e 1º de setembro, ações do projeto “Levando informação, minimizando o preconceito”, direcionado a estudantes do ensino fundamental da rede municipal de Imperatriz. O trabalho faz parte do projeto de extensão dos alunos dos Cursos de Enfermagem, Comunicação Social e Pedagogia.
Por meio de peças de teatro, palestras e vídeos, os integrantes do programa querem esclarecer sobre a forma de transmissão, tratamento e como lidar com o paciente sem excluí-lo, como era feito no
passado. Ruan Matias Brito Farias, de 11 anos, aluno do sexto ano da Escola Municipal Tocantins, vai levar tudo o que aprendeu sobre hanseníase para a família e o bairro onde mora. “A pessoa pode ter essa doença e não saber como deve ser tratada. Vou levar a informação para eles saberem como se cuidar e fazer o tratamento caso apareça alguma mancha neles”, relata.
Para a bolsista Dayane Ariel da Silva Ribeiro, a pesquisa com os estudantes, apesar de ainda não estar concluída, apresenta resultados surpreendentes. “A pesquisa mostra que o preconceito é sustentado pela desinformação. Dos 206 alunos entrevistados, 104 disseram que não seriam amigas de uma pessoa com hanseníase”, descreve Dayane.
A professora do Curso de Enfermagem (UFMA), Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira, que trabalhou a hanseníase em sua dissertação de Mestrado e também desenvolve uma pesquisa acompanhando 20 pacientes de hanseníase da Unidade Básica de Saúde Maria Aragão, na Vilinha, bairro de Imperatriz, destaca que há outro problema além da desinformação. “As pessoas não tratam direito, abandonam o tratamento, então isso dificulta a quebra de transmissão”, constata.
SOBRE A HANSENÍASE
A hanseníase (antigamente conhecida como lepra) é uma doença contagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. A doença tem cura, mas se não for tratada provoca sérios danos à saúde, levando inclusive a perda de membros e da visão.
Sintomas:
- Perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades
- Manchas brancas ou avermelhadas
- Área da pele seca e com falta de suor
- Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos
Tratamento:
O tratamento é feito nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. (ASCOM/ UFMA – Núcleo Imperatriz)
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