* Elson Araújo
Percebe-se claramente hoje uma profunda inquietação nos homens e mulheres da Terra. Assim como a economia, a insatisfação com o status quo também se globalizou. Ninguém está satisfeito. Do oriente ao ocidente, o que se vê são manifestações e protestos contra quase tudo: contra o preço da ração para gato, por melhores salários, saúde e transporte; pela não violência, contra ditaduras, governos opressores e comprovadamente corruptos; e até contra quem maltrata os animais.
Os protestos se multiplicam. O homem vive um momento de transbordo, solta gritos em todos os quadrantes da Terra e começa a redescobrir o poder e a força da junção das vozes; da capacidade de transformar a sociedade e moldar, ou modificar o poder estabelecido. Um sentimento nobre que não pode ser contaminado pelos oportunistas de plantão; caso contrário, tudo, dependendo de cada caso, pode se transformar num jogo sujo da pior espécie.
A magia é o ressurgir coletivo do sentimento puro e latente por uma sociedade mais justa, livre e fraterna. Não se pode deixar passar essa oportunidade, e a hora é do reordenamento comportamental dessa aldeia global, com a quebra de paradigmas, de verdades impostas e do surgimento de uma nova ordem que reúna homens e mulheres desprovidos do sentimento autofágico; sentimento esse que tem produzido intolerâncias, interesses espúrios, guerras, assassinatos, tráfico de drogas e desvios de recursos públicos. Chega do ser humano se alimentar de outros seres humanos!
Como disse recentemente o bispo da Diocese de Imperatriz, Dom Gilberto Pastana, numa de suas homilias, “toda ação humana gera vida ou morte”. Essa assertiva do bispo pode ser completada ao se afirmar que o homem tem a capacidade de escolher o que deseja gerar. Thomas Hobbes dizia que o ser humano é movido pelo desejo e pelo medo. O bom é que nesse momento ressalte-se o desejo da maioria dos homens da Terra: por uma sociedade humanizada, solidária, justa e fraterna.
Elson Mesquita de Araújo é jornalista
Publicado em Cidade na Edição Nº 14821
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