Hemerson Pinto

Uma adolescente de 16 anos, drogas e a vontade de largar o vício. O drama de uma família da Vila João Castelo, em Imperatriz, composta por mãe, avô e neta, pode estar próximo ao fim. A menina é usuária de crack há mais de 1 ano, furta da própria família para comprar a droga e confessa não conseguir se livrar do problema.
“Minha filha era uma menina muito bonita e agora está desfigurada por causa da droga. Procurei todos os meios, aqui mesmo na cidade, mas por ela ser menor de idade, fica ainda mais difícil o tratamento aqui. Não tenho condições de levá-la para fora. Tenho medo de estar em casa e saber da notícia de que ela foi assassinada aí pela rua, devido aos locais que ela frequenta e as companhias. Ela dorme na rua e acredito até que se prostitui para manter o vício”, diz a dona de casa, amparada pelo pai, avô da menina.
A adolescente também fez um pedido a quem puder ajudá-la: “Não era isso que eu queria. Entrei nisso influenciada por companhias, em um momento difícil na minha vida, mas não culpo ninguém, a não ser a mim mesma. Hoje, vejo o esforço da minha mãe, e por ela, quero deixar as drogas”, declara a garota.
O apelo da família, feito em um programa de TV, em entrevista a este mesmo repórter, foi ouvido pelo grupo Esperança Viva, da igreja São Francisco, Praça Brasil. O grupo é ligado ao projeto Fazenda Esperança, que luta para livrar dependentes químicos do vício. Um trabalho existente há 30 anos.
O coordenador em Imperatriz, Jonas Noleto, informou à reportagem de O PROGRESSO que o caso da menina foi acolhido pelo projeto. Na manhã de ontem, a família foi orientada a procurar um dos centros de referência psicossocial do município, onde a garota deverá receber atendimentos e ser encaminhada a realizações de exames médicos. O próximo passo é o encaminhamento da usuária de crack para a Fazenda Esperança Viva Feminina, em Coroatá, Maranhão, com despesas garantidas pelo grupo Esperança Viva, de Imperatriz.