Criado para homenagear Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no período da escravidão, o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, abre espaço, ainda hoje, para refletir questões que envolvem o preconceito contra as pessoas negras. Uma série de atividades são desenvolvidas em Imperatriz, nesta quarta-feira, para relembrar a importância da data e do que ela representa na luta por direitos e justiça.
Na Câmara Municipal de Imperatriz, por exemplo, uma exposição, organizada pelo Centro de Cultura Negra Negro Cosme, CCN/NC, expôs trabalhos artísticos de vários estudantes de Imperatriz. As escolas da rede municipal desenvolvem trabalhos ao longo do ano com os alunos, e as melhores produções foram expostas para toda a comunidade.
A organizadora, professora Inês de Jesus Silva, do Centro de Cultura Negro Cosme, acredita que ocupar esses espaços também pode ser considerado um avanço, principalmente por estarem na casa de leis da cidade. "Nós, da população negra, apesar de todo o avanço social que há, nós ainda somos uma grande parcela discriminada socialmente e economicamente. E ao trazer essa mostra do trabalho que está sendo feito dentro das escolas, contribuímos com a representatividade do nosso povo, e das nossas raízes".
Também integrante do CCN/NC, a professora Caetana Frasão contribuiu para a realização da exposição dos trabalhos dos alunos. "A luta continua para superar as dificuldades, e a questão do racismos também. Dia 20 de novembro, para nós, é uma data muito especial, porque aqui nós falamos de alguém que lutou, que deu a vida, para que a gente pudesse viver e procurar a igualdade, nessa luta que é muito difícil", comenta.
A programação também continua na parte da tarde na escola municipal Dom João, das 15h às 17h. Palestras e contação de histórias farão parte do evento promovido para os alunos.
Na quinta-feira, 21, será realizada uma mesa redonda sobre "Resistência, lugar de fala e João do Vale", no Campus do IFMA de Imperatriz, às 14h. Nos dias 27, 28 e 29 serão realizadas mesa redonda e minicurso com a mesma temática, no IFMA e no Centro de Ensino Graça Aranha, respectivamente.
A celebração da data foi criada em 2003 e inserida no calendário escolar, até ser oficialmente instituída em âmbito nacional mediante a Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo o país. Este é um dia para refletir sobre as lutas, conquistas e de combater o preconceito e as desigualdades. (Regilson Borges-Ascom)
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