Domingos Cezar

“Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos”. – Cora Coralina

Fantástico! Maravilhoso! Imperdível! Desta forma, eu, particularmente, classifico o show “Cora dentro de mim – plantando roseiras e fazendo doce”, com a poeta, cantora e escritora Lília Diniz, apresentado nos dias 22 e 23 passados, no Teatro Ferreira Gullar.
Sob a égide do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC, o belíssimo show foi aplaudido, de pé, pelas cerca de 400 pessoas que durante as duas noites lotaram o Teatro Ferreira Gullar, hoje palco das grandes apresentações artísticas musicais e cênicas.
No palco, Lília Diniz canta, declama versos e cozinha em um tacho sobre um fogão de lenha, doce de goiabada, que após a apresentação é distribuído ao público. Nota-se a transformação nítida da maranhense Lília Diniz na goiana Cora Coralina, uma das maiores poetas dos últimos tempos.
Já havia assistido a esse espetáculo em Imperatriz, por duas vezes, uma vez que foi gerado há mais de 15 anos. Entretanto, não tenho dúvida do seu crescimento, do seu enriquecimento, em função da musicalidade entrelaçada à poesia de Lília Diniz e de Cora Coralina.
A musicalidade a qual me refiro, a poeta e atriz a garimpou de dois músicos radicados em Brasília que fazem a direção musical do espetáculo: Léo Terra, que toca violão e atabaque, e Maísa Arantes, na sua afinada rabeca - isso mesmo - esse instrumento típico nordestino.
E assim, entre uma cena e outra; entre uma música e outra, a artista maranhense, por mais de uma hora, deixa o público extasiado, atento a cada palavra, a cada gesto... no final, como não poderia deixar de ser, o silêncio é quebrado com aplausos, aplausos, aplausos.
Sob a direção geral do ator e professor de literatura, teatro e cinema Adeilton Lima; cenografia e figurino de Miguel Mariano e Lília Diniz, o show segue para São Luís, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília (Ceilândia).

Domingos Cezar, secretário da Associação Artística de Imperatriz – ASSARTI e secretário da Academia Imperatrizense de Letras – AIL