Domingos Cezar
Como haviam programado anteriormente, lideranças do Movimento Cultural de Imperatriz (MCI) aproveitaram a visita da governadora Roseana Sarney, na manhã dessa quarta-feira (14), à Câmara Municipal de Imperatriz para entregar-lhe um documento com uma pauta de reivindicação, na qual incluiu o pedido de um prédio abandonado de propriedade da Caema, situado no bairro da Caema, com o objetivo de transformá-lo num grande centro de cultura popular.
No documento, os ativistas culturais lembram que a revista Veja de edição 2241 - ano 44 - nº 44, que circulou no dia 02 de novembro de 2011, trouxe matéria sobre a importância e o crescimento econômico de 106 cidades brasileiras que não são capitais e com mais de 200.000 habitantes, estando dentre elas Imperatriz. Segundo a revista, essas cidades abrigam 20% dos brasileiros e produzem 28% do PIB do país. Tal matéria jornalística vem num momento importante, quando a cidade vive um boom em sua economia.
Observa que a cidade tornou-se referência, em todos os sentidos, para o sul do Maranhão, além do norte do Tocantins e sul do Pará. Todo esse crescimento tem se refletido igualmente na necessidade afeta à cultura, sem contar ainda com investimentos públicos que atendam a essa nova demanda. “A título de exemplo, o Teatro Ferreira Gullar, com capacidade bastante limitada de apenas 160 lugares, encontra-se hoje com pauta cheia e lotação esgotada bem antes dos espetáculos”.
O documento sugere que há a necessidade de grandes investimentos, que ultrapassa a possibilidade orçamentária do município, como a construção e manutenção de uma escola de música, grande biblioteca pública, teatro de 600 lugares, além de uma participação maior no orçamento do Governo do Estado mantendo um calendário permanente de eventos importantes nesta cidade, na forma como ocorre em São Luís.
“Diante dessa situação, um grupo de artistas, intelectuais, estudantes e ativistas culturais de forma geral reuniram-se na Academia Imperatrizense de Letras com o intuito de fortalecer a oferta de manifestações culturais em Imperatriz e região, mormente por meio de discussão e implementação de políticas públicas, ou seja, em caráter permanente”, afirma o documento, ressaltando que o público beneficiado seria a sociedade em geral, mas de maneira especial, o público infanto-juvenil.
Os líderes do MCI explicam que o grupo analisou e construiu uma pauta reivindicatória a ser observada na construção da mencionada política pública para a cultura, tanto por parte do Governo do Estado quanto do município de Imperatriz e, também, pelo Governo Federal, este por meio da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, no que tange à implementação da Rádio Universidade FM, nos moldes da já existente naa capital, há 25 anos.
No âmbito municipal, o espaço escolar foi pensado para investimentos ambiciosos, aproveitando-se da formação fundamental do ser humano em desenvolvimento e das próprias leis do País que assim determinam como o Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei nº 11.769/2008 (de iniciativa de V. Exa.), que torna obrigatório o ensino de música nas escolas. “Assim, encontra-se em adiantada negociação a proposta de mudança no currículo escolar para inclusão de duas disciplinas nos noves anos do ensino fundamental do município, quais sejam música e artes, atingindo um público considerável de 42.000 alunos”.
Quanto ao Governo do Estado, o grupo elaborou pauta que previa, em termos estruturais, a implantação de escola de música, grande biblioteca, teatro e um centro cultural. No mais, a elaboração de um calendário permanente de eventos, planejamento conjunto entre estado e município de agenda anual para o ano subsequente, a vinda mensal do secretário de estado de Cultura a Imperatriz e o comprometimento de percentual do orçamento justamente para o custeio dessa demanda (calendário e agenda culturais).
Coral Os Curumins – O promotor público João Marcelo Trovão, um dos líderes do MCI, informou que o Movimento realiza na tarde desta sexta-feira (16), a partir das 16h, uma apresentação do Coral Os Curumins, no prédio da Caema, o qual está sendo reivindicado para a implantação do Centro Cultural. O evento conta, segundo João Marcelo, com o irrestrito apoio da Prefeitura Municipal, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e da Fundação Cultural de Imperatriz. “A criançada do bairro da Caema vai ser presenteada com a apresentação do coral e brinquedos que ali serão distribuídos”, afirma.
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