O País vive um clima de insegurança generalizada, agravada por uma situação econômica caótica que somatiza, sobremodo, a crise de desemprego.
Não há dinheiro para nada apesar de interesseiras aprovações de aumentos salariais para os integrantes do Poder Judiciário que junto aos companheiros do Poder Legislativo já desfrutam de remunerações bem expressivas, enquanto os servidores do Poder Executivo ficam cada vez mais defasados. E quem diria que a isonomia salarial entre os Poderes da União está prevista no Art. 37 da Constituição Federal, mas não foi cumprida, desde 1988, por qualquer Presidente da República.
De que adianta anunciar uma redução salarial de 10% na cúpula do atual Governo? Seus assessores acompanharão a decisão? E os que exercem funções gratificadas por indicações políticas nos diferentes Ministérios? E os demais servidores do Poder Executivo já marginalizados na hierarquia salarial? Em termos práticos a decisão é demagógica e não propiciará qualquer efeito na tão desejada economia.
Por outro lado, o atual Ministro da Saúde - totalmente fora da realidade - acaba de declarar-se favorável à CPMF de mão dupla: para quem paga e quem recebe.
São pequenas mostras de que, infelizmente, o Governo está perdido no enfrentamento da crise e não vê uma saída que está ao alcance de suas mãos e que será bem recebida por grande parte da população: a legalização do jogo.
Todos sabemos que o jogo do bicho continua em franca atividade, abrigando grande mão-de-obra e contribuindo para a corrupção de muita gente, inclusive de alguns policiais para “fecharem os olhos”.
Os bingos foram fechados após grandes investimentos de empresários em ambientes sofisticados mas continuam ativos em locais clandestinos sob segurança privada.
Os cassinos brasileiros tiveram sua época de glória com espetáculos grandiosos que chegaram a exportar artistas brasileiros que ganharam renome internacional, inclusive na Meca do cinema.
Por que discriminar estes jogos das apostas no turfe ou em loterias de toda ordem?
Quantas oportunidades de emprego seriam oferecidas, quantas instalações ociosas seriam ocupadas, o comparecimento de público seria bem superior às mais otimistas expectativas e o brasileiro não mais precisaria viajar para Las Vegas, Punta del’Este ou Buenos Aires, por exemplo, para deixar seu dinheiro no exterior em casas de apostas.
Estou convicto de que a arrecadação do Governo seria bem superior à sua desejada CPMF com a vantagem de ser permanente e não provisória, além de evitar mais ônus para o explorado contribuinte e a queda de popularidade da Presidenta na opinião pública.
Não custa tentar! É uma solução prática e objetiva que só exige vontade política.
DIÓGENES Dantas Filho é Coronel R1 do Exército Brasileiro, Doutor em Planejamento e Estudos Militares, Forças Especiais, Consultor de Segurança, Cidadão Imperatrizense e Ex-Comandante do 50º Batalhão de Infantaria de Selva (50º BIS)
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