Do total de 45 pessoas abrigadas atualmente no Lar São Francisco de Assis, dezenove são mulheres. A instituição funciona na Rua Pará, Nova Imperatriz, onde foi fundada há 38 anos. O abrigo recebe diariamente o trabalho voluntário de igrejas, estudantes universitários e outras pessoas que frequentam o ambiente levando carinho e conforto aos moradores.
O PROGRESSO fez uma visita e encontrou entre as 19 mulheres a aposentada Angelina Soares Silva, 88 anos. Lavradora e quebradeira de coco, a piauiense de Amarante do Piauí veio para o Maranhão com apenas dez anos de idade na companhia dos pais e seis irmãos. Teve apenas uma filha biológica, a quem ela não vê há 17 anos, e criou vários “filhos dos outros, foram 12, sete netos e três bisnetos”, lembra.
No estado de Tocantins, de onde veio recentemente, Angelina deixou, segundo ela por vontade própria, casa, netos e bisnetos. “Uma das netas é vereadora em São Miguel, deixei todos e resolvi morar aqui no Lar São Francisco”.
A casa é especial para dona Angelina. Durante mais de duas décadas trabalhou voluntariamente no abrigo cuidando dos idosos. “A gente se apega e quando resolvi que eu tinha que sair de casa sabia que aqui seria acolhida, pois me dediquei muito para este local. Hoje estou aqui porque quero, um lugar de paz, a gente encontra alegria, vou ficar por aqui. E ainda tem mais: vivo tão bem que como cinco vezes por dia (risos)”.
Aproveitamos e pedimos para dona Angelina deixar um recado para todas as mulheres de Imperatriz. Em voz firme e narração precisa, ela declarou: “Toda mulher merece paz, respeito, amor, deve ser tratada com amor e deve ser respeitada”, refletiu, enquanto deixou cair uma lágrima do canto do olho direito. (Hemerson Pinto)
Publicado em Cidade na Edição Nº 15251
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